Pelos olhos dela

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Delphine Pov

Acordo sentindo um peso em meu peito. Ao olhar para o lado vejo meu namorado nu, dormindo pesadamente.

As roupas espalhadas pelo chão evidenciam o que aconteceu durante a noite. Observo o corpo malhado esticado em minha cama e uma ideia absurda passa pela cabeça, me fazendo sorrir de lado.

Café. Melhor eu fazer café e tomar um bom banho frio.

Me virei de costas para aquele absurdo de homem e fechei os olhos, tentando descansar por mais alguns segundos antes que o despertador tocasse, mas antes de qualquer outra coisa senti um hálito quente batendo contra o meu pescoço.

— Bom dia, amor — falou baixinho em meu ouvindo, me fazendo sorrir.

Senti ele colocar meu cabelo de lado e encostar seus lábios em meu pescoço. Abri os olhos imediatamente, já que meu corpo completamente nu se arrepiou por inteiro.

Virei de frente pra ele e subi meu olhar, fitando aqueles círculos brilhando pra mim.

É provocação que ele quer?

— Bom dia. — respondi passando minhas unhas em seu abdômen definido — Dormiu bem?

— Mais ou menos. — disse deslizando suas mãos habilidosas pelo contorno da minha cintura. — Ando um pouco tenso com todos esses problemas do meu pai.

— Ele ainda não resolveu com o presidente? — arqueei uma sobrancelha e passei a língua pelo meu lábio inferior, vendo ele negar com a cabeça — E tem alguma coisa que eu possa fazer pra te ajudar?

— Quem sabe — respondeu, passando a mão nas minhas costas nuas.

— O que sugere, Sr. Dierden? — mordisquei meu lábio inferior acariciando o peito dele.

— No momento um café forte — ele murmurou, dando um selinho bem perto da minha boca antes de levantar.

— Podemos marcar alguma coisa para hoje a noite? — puxei o lençol, cobrindo meus peitos e o observei seguir até o banheiro.

— Hoje não posso — respondeu parado no batente da porta — Vou viajar para Milão.

— De novo? — questionei incrédula — Paul, você chegou ontem!

— Me desculpa, Del. É que Ferdinand não vai conseguir ir e eu sou a única pessoa que ele confia para tratar dos assuntos pessoais. — sorriu fraco —  Ele é meu irmão, Delphine. Não posso negar isso.

— Sabe ao menos que dia vai voltar? — questionei tentando encerrar a mesma discussão de sempre, que nunca chegava a lugar algum.

— Dois dias e estarei aqui. Prometo — respondeu baixo, tentando acreditar nas próprias palavras.

— Não prometa isso sabendo que vai demorar mais que uma semana — o encaro firme e jogo o lençol para o lado, sentando na beira da cama — Não se preocupe, eu te levo no aeroporto.

— Obrigada — agradeceu de maneira doce e entrou no banheiro me deixando sozinha no enorme quarto.

Era sempre a mesma coisa. Uma noite intensa e logo pela manhã ele ia para longe. Eu estava cansada disso, cansada de servir apenas para diversão.

Levantei indo até a janela e abro as cortinas, me deparando com um céu nublado. Vejo alguns vizinhos saindo para trabalhar ou levando os filhos para escola.

 Era um bairro muito calmo e familiar.

A casa que eu estava morando com Paul (o que posso dizer em teoria já que eu passava mais noites sozinhas do que com ele). Bom, a casa que vivo é um pouco grande. Exageros da parte de Paul, por mim locais menores são mais aconchegantes. Mas não devo reclamar da vista, tenho o belo privilégio de ver os melhores luares através dessa janela, além de que é um dos bairros mais modernos de Paris e fica perto do hospital que trabalho. Isso é o que me importa de verdade.

Out Of LineOnde histórias criam vida. Descubra agora