O preço da atração

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A trilha de beijos desceu do meu pescoço até minha barriga. Eu suspirava cada vez que sentia seu nariz gelado roçar na minha pele desnuda. Depois de desvendar todo o meu corpo, Cosima se acomodou entre as minhas pernas e as abriu, sorrindo sacana com a revelação.

Primeiro me dedilhou só com um dedo, me fazendo gemer pela surpresa e excitação. Enfiou um e depois outro, então arqueei minhas costas em resposta, pedindo por mais.

— Tão molhada — ela falou num sussurro, antes de aproximar sua boca da minha intimidade.

Quando sua língua encontrou meu ponto, eu gemi alto e revirando os olhos de prazer, me agarrei com força no lençol, aplicando toda força possível. Eu estava sentindo meu estômago revirar e as pernas formigando. Era incontrolável, algo que nunca senti antes, totalmente fora do comum para mim. Um prazer que parecia ultrapassar o carnal.

Mas um som ao fundo faz tudo sumir como uma fumaça sendo soprada. 

—  Merde —  sento na cama tomando a consciência, foi apenas um sonho.

Notei que estava completamente ensopada de suor. Deito novamente, passando as mãos pelos cabelos tentando associar o que tinha sido aquele sonho. Tateei meu celular perdido nos lençóis para ver as horas e vi que ainda faltava mais ou menos uma hora para o meu despertador tocar.

Eu tinha sido acordada com barulho das máquinas na rua, e senti muita raiva por isso. Barulhos insuportáveis e um sonho atrapalhado.

Que ótimo, as reformas de fim de ano.

Eu não conseguiria mais dormir, não com aquela memória do sonho que parecia viva rondando nos meus pensamentos. Decidi que o melhor a fazer seria tomar um banho frio e começar o dia mais cedo

Levantei e fui para o banheiro. Com lentidão tirei as roupas e entrei no chuveiro, deixando que a água levasse embora toda aquele peso.

 A sensação da água quente deslizando por todo meu corpo, fazia relaxar.

Esfreguei vigorosamente a esponja com sabão pelo corpo. Gostava da sensação. Minha pele clara e macia se arrepiava, mas era alo diferente.

Senti desejo e meu rosto se transformou em uma careta. 

Não gostava de me masturbar, não via graça nenhuma naquilo. De repente me dei conta que também não sentia mais desejos por Paul e isso me assustou. A hipótese de uma separação agora não me atraía de maneira nenhuma, ou sim? Já não sei mais o que me atrai.

Ou bem, sei. Sei muito bem o que me atrai.

Quase que automaticamente minha mão deslizou pela minha barriga e meus dedos brincaram com o nervo dolorido e inchado que clamava por atenção. Joguei para o alto todo controle e apenas aceitei meu humilhante destino de me tocar pensando em alguém.

Esse alguém era Cosima Niehaus.

09:45

Cheguei ao hospital mais tarde que o comum, o que já me fez somar ao stress que ganhei logo que acordei. Se tinha uma coisa que eu odiava e não tolerava eram atrasos, e eu com certeza não queria ser hipócrita nesse momento.

Notei que algum desinformado pegou a minha vaga, o que me fez precisa procurar misericordiosamente por alguma outra vaga para estacionar o carro, que me custou mais alguns minutos.

— Droga! — bati com uma das mãos no volante ao ver que tinha conseguido uma vaga distante demais.

Não tinha problemas em caminhar, eu tinha problemas em caminhar com chuva, que começou a cair a poucos instantes e estava prestes a ganhar intensidade.

Out Of LineOnde histórias criam vida. Descubra agora