Insanidade (Parte 2)

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— Você e Delphine? — Marion questionou incrédula assim que paramos perto dos banheiros  — Sério? — sua expressão estava firme mas logo se transforma em deboche, me fazendo finalmente respirar aliviada.

Okay, Marion está com ciúmes?

— Ela me chamou para um café e uma conversa, apenas. — me defendo, tentando fazer eu mesma acreditar naquilo.

— Delphine não toma café nem com Paul — ouvir aquele nome me fez lembrar que a tentação Cormier tinha um homem. Namorado? Noivo? Marido? — O que você fez Niehaus? — a pergunta me faz a olhar novamente.

O que eu fiz afinal? Me questiono e coço a sobrancelha, sem entender meus próprios pensamentos. Não fiz nada, ela só estava sendo educada.

E hétero.

— Intriguei ela, eu acho. — respondo após um suspiro — E ela foi a responsável por eu arrebentar meu tornozelo. — brinco tentando não demonstrar a tensão.

— Tome cuidado. — me alerta com um sorriso doce. Ela falava sério — Delphine é um tiro no escuro e eu não quero que se machuque mais. Estou apenas te protegendo.

— Eu não estou fazendo nada demais, Marion. — respondo sendo sincera — Fora que você só tem algumas horas de vantagens de Delphine, como posso saber se só quer me proteger mesmo?

—  Sim, te conheci hoje e sei de poucas coisas. —  sorriu fraco e acariciou meu braço — Mas ouvi de você o suficiente para entender que carrega uma dor enorme aí.

— Está bem, me perdoe —  abro um sorriso envergonhada e balanço a cabeça afastando os pensamentos — Mas diga, precisava de mim ou só queria me tirar de perto da tentação Cormier?

— Os dois —  assumiu sorrindo divertida —  Tentação Cormier? —  questionou rindo e tomei um tom avermelhado.

Ela era definitivamente uma tentação, mas eu não precisava assumir isso para a amiga que conheci hoje. Afinal, para ninguém além de...

FELIX, PUTA MERDA ELE AMARIA MARION.

— Achei justo —  suspirei e olhei em direção da loira, que agora jogava sinuca com Donnie. Imaginei Felix aqui e isso fez o meu peito apertar —  Mas e então, precisa de mim para que? — apontei para o bar, indicando pra irmos até lá. 

O pub já estava cheio e maioria das pessoas bêbadas. Tive que empurrar algumas até conseguir chegar até o balcão onde a felicidade era fornecida. Não que a bebida seja sinônimo de felicidade, mas a ideia de esquecer a realidade maldita por umas horas era bem agradável.

— Duas cervejas — pedi a uma moça que atendia e dei uma piscadela, olhando novamente para Marion. — Não me diga que não passei no teste e estou impedida de entrar no grupo de amigos.

— Isso está muito distante de acontecer — sorriu pegando no meu antebraço, apoiado no balcão — Inclusive Scott estava levantando inúmeros questionamentos sobre você, mas não se preocupe eu deixei bem claro sobre sua atração inteiramente direcionada as mulheres —  sorriu ao ver minha expressão ficar tensa.

Era só o que me faltava, o doutor assanhadinho.

Enquanto eu analisava a expressão divertida de Marion, que com certeza achava graça da minha cara de espanto para a última informação, a moça se aproximou com as nossas cervejas. Balancei a cabeça fazendo uma nota mental de não dar esperanças ao doutorzinho. 

— Obrigada — agradeci quando ela colocou a garrafa na minha frente, e recebi em troca um sorriso de canto 

Dei um gole generoso na cerveja, sentindo o líquido gelado descer pela minha garganta, me dando a sensação de prazer e relaxamento no corpo.

Out Of LineOnde histórias criam vida. Descubra agora