34- A grande decisão de Bill

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    Bill estava deitado em sua cama refletindo sobre tudo. Ele não parava de perguntar a si mesmo se realmente deveria contar sobre seus sentimentos para Artie. Ele sentia medo. Medo de ser rejeitado. Medo de ser abandonado.

     Talvez tudo ficasse mais simples se ele pudesse pedir um conselho para alguém. Mas com quem ele poderia conversar?

     Logo seu pai chegou em casa. Bill resolveu ir cumprimentá - lo.

— Oi, pai.

— Oi, Bill. — Seu pai lhe respondeu enquanto pendurava seu casaco.

     Bill começou a pensar novamente sobre as questões de relacionamentos. Talvez seu pai pudesse lhe ajudar em algo, afinal, ele sempre passava os fins de semana fora com alguém.

— Pai... Você tem uma namorada, não é?

     Ele pareceu não entender o porquê da pergunta de Bill.

— Não exatamente. Tem uma mulher com quem estou me encontrando, mas não é uma namorada.

— E você a ama?

— Bill, que tipo de pergunta é essa? — Seu pai ficou um pouco surpreso. — Nem sempre quando um homem passa a noite com uma mulher é porque ele a ama. Quando você ficar mais velho você vai entender.

— Mas... E a minha mãe? Quando vocês começaram a namorar, como foi que soube que amava ela?

— Bill! Você sabe que eu não quero que fale da sua mãe comigo! — Ele alterou o tom de voz.

      Seu pai havia passado de surpreso para nervoso em poucos segundos. Quando ele estava prestes a se retirar da sala, se deu conta de que havia gritado com Bill e o deixou abatido.

— Eu não queria ter gritado. Mas você sabe que eu não gosto quando você fala da sua mãe.

— Desculpa. — Bill sentou no sofá e apoiou o rosto nas mãos.

— Por que você está perguntando essas coisas? — Seu pai se sentou ao seu lado.

— Ah, eu só queria entender como é o amor, sabe? É só isso. 

— Eu acho que eu nem sei mais o que é amor.

      Bill não achou nada agradável ouvir aquilo.

— Mas o que eu realmente queria saber é o que se diz para uma pessoa quando você acha que está apaixonado?

— Eu já entendi. Tem uma garota que você gosta na escola, não é?
  
      O rosto de Bill começou a ficar vermelho.

— É. Quer dizer, não! Acho que mais ou menos isso.

      Ele sentia que não podia contar que a pessoa por quem estava apaixonado era um garoto. Sabia que seu pai não aceitaria.

— Se você gosta dela então conte. Se ela não gostar de você não tem problema por que há várias outras garotas.

     Ele lhe disse isso e depois saiu da sala como se seguir seu conselho fosse a coisa mais fácil do mundo. Acontece que Bill sabia que era mais complexo do que isso. Ele teria que confiar nele mesmo.

       No dia seguinte, Artie acordou alegre pois estava ansioso para ver Bill. Para ele, todo novo dia era uma nova oportunidade de se aproximar mais de Bill e quem sabe, tomar coragem para confessar seus sentimentos.

      Depois de tomar seu café da manhã, ele se despediu de sua tia e saiu apressado para se encontrar com Bill. Para ele, chegar no local de encontro e avistar Bill era a melhor de começar o dia.

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