4- Como se semeia uma amizade?

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    Eles foram o caminho todo andando em silêncio

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    Eles foram o caminho todo andando em silêncio. Nenhum deles tomou a iniciativa de dizer nada um para o outro. Logo chegaram na frente são casa de Artie.

— Chegamos, eu moro aqui. Obrigado  por me acompanhar, Bill.

— De nada. — Disse Bill reparando na casa. Era bem incomum. Era uma casa violácea com janelas redondas e um pequeno  jardim na frente, onde se  encontrava um círculo formado por cogumelos. Bill achou muito curioso.

— Então, acho que eu devo entrar, minha tia deve...

— Artie! Você finalmente  chegou! — Interrompeu tia Gomercinda enquanto  saia pela porta. — Por que demorou tanto?

— Bem, aconteceu um pequeno acidente mas...

—Um  acidente? — Ela o interrompeu novamente.— E você está bem? Não se machucou? — Disse ela enquanto segurava o rosto do sobrinho, examinando-o.

— Não. Tá tudo bem. Graças ao Bill que me empurrou para impedir que o carro me atropelasse.

— Bill? Ah, deve estar falando desse belo rapaz que está com você!

  Artie ficou sem jeito com a frase de sua tia. Para a sua sorte, Bill pareceu não se importar com o comentário e logo se apresentou.

— Sim, eu sou Bill. Foi realmente uma grande sorte eu estar presente no momento e poder ter ajudado o Artie.

   Bill estava a reparar na tia de Artie. Ela parecia ser uma senhora muito simpática apesar de ser aparentemente muito diferente dos adultos que ele conhecia.

— Oh, você é um bom menino! Eu nunca poderia te agradecer o suficiente por ter salvado o meu querido sobrinho! — Disse tia Gomercinda enquanto apertava o sobrinho que naquela altura, já estava bem encabulado com a situação.

— Tá bem, tia. Eu estou bem. Pode me soltar agora.

  Bill sorriu inconscientemente enquanto observava a situação. Ele queria que seus pais demonstrassem tanto zelo por ele. Quando morava com a mãe, esses momentos de ternura eram raros e agora, com seu pai, não é diferente.

— Você não gostaria de entrar e tomar chá conosco? É o mínimo que eu posso fazer.

—É, você pode entrar um pouco se quiser... — Disse Artie timidamente.

— Bem... — Ele pensou e percebeu que não havia realmente ninguém esperando por ele em casa. — Eu acho que tudo bem.

  Ao entrar, ele se deparou com Triskle na sala. Logo ele se aproximou e se esfregou em suas pernas.

— Eu vou preparar o chá! — Disse tia Gomercinda, indo e direção a cozinha.

— Acho que ele gostou de você! — Artie disse observando o gato.

— Como ele se chama?

— Triskle.

— Que nome estranho. O que significa isso?

— Ah, é um símbolo da bruxaria que está ligado a natureza e aos quatro elementos. É o símbolo do pingente da coleira dele, vê?

— Nossa! Então é verdade? Esse lance da sua tia ser uma bruxa?

— Sim, é verdade... — Disse Artie já com medo da reação de Bill. Ele temia receber provocações e insultos.

— Cara, isso é tão sinistro! Eu não sabia que existiam bruxas na vida real. É tão maneiro!

  Artie ficou surpreso com a reação de Bill.

— Você acha mesmo?

— Claro! Isso é tão diferente, eu gosto de coisas diferentes. Todo mundo é tão....Igual, você não acha?

— Acho que sim. — Disse Artie com um leve sorriso.

   Depois de alguns minutos, tia Gomercinda serviu chá e biscoitos como sempre fazia a tarde. Bill não gostava de chá mas, tomou mesmo assim. Ele nunca havia provado chá de gengibre antes e por incrível que pareça, ele gostou. Depois de meia hora, Bill decidiu que já estava na hora de ir.

— Bom, eu acho que eu devo ir agora. Obrigado pelo chá. — Disse Bill já se retirando da mesa.

— Até mais, querido. Volte sempre que quiser! Vai ser uma honra receber o herói do meu sobrinho.

  Bill achou a palavra "herói" um pouco de exagero. Artie achou meio constrangedor.

— Obrigado! Eu gostei muito de ter vindo.

— Imagine, foi um prazer! Artie, acompanhe o Bill até a porta.

  Chegando na porta, eles ficaram parados em silêncio por um tempo. Artie não sabia como exatamente se despedir de Bill. Ele não estava acostumado a ter amigos portanto, nunca teve amigos em sua casa. Ele não sabia exatamente como se portar com Bill. Além de tudo, ele não sabia exatamente se Bill queria ser seu amigo, talvez  só o tivesse salvado por ser uma boa pessoa e não necessariamente quisesse criar laços com ele.

  Artie só não imaginava que Bill também não tivera muitos amigos durante sua vida e assim como ele, também não sabia bem como deveria agir. Artie foi o primeiro que quebrar o silêncio.

— E-eu gostei da sua visita.

— Eu também gostei muito de conhecer sua casa, Artie. Aliás, gostei muito de sua tia também, ela é muito legal!

— Sim, ela é. Então até amanhã, eu acho.

— Até amanhã, Artie. — Artie percebeu que gosta de como seu nome soa quando falado por Bill.

  Bill se virou para ir embora mas Artie se lembrou que faltava lhe dizer algo.

— Bill! — Bill se virou e olhou para ele. — Mais uma vez, obrigado por hoje.

  Bill sorriu para ele.

— De nada!

  Depois disso, Artie ficou observando Bill ir embora até o perder de vista quando ele virou a rua.
  Enquanto isso, tia Gomercinda, por alguma razão, o observava enquanto sorria para si mesma.

  Enquanto isso, tia Gomercinda, por alguma razão, o observava enquanto sorria para si mesma

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