6- Aqueles que atacam

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    Artie estava aflito

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    Artie estava aflito. Bill e Roger não retornaram para as aulas e ele também não os encontrou durante o recreio. Ele imaginava o que teria acontecido. Quando a última aula acabou, Artie pensou que Bill poderia ter ido embora. Ao sair da escola ele viu que Bill ali fora. Ele estava encostado em um muro. O coração de Artie se alegrou pois, aparentemente Bill estava esperando por ele, então resolveu ir até lá.

— Oi! Por que você não voltou para a aula?

— Eu e o tal do Roger ficamos de castigo na sala do diretor e tivemos que resolver um livro inteiro de contas matemáticas. Foi um saco!

— Eu imagino...

— Mas isso nem foi o pior. Eu recebi uma advertência! —Disse ele mostrando a folha da advertência para Artie.

— Eu sinto muito. Mas veja pelo lado bom, pelo menos você já pode ir embora e não precisa mais resolver cálculos. — Artie tentou sem sucesso, animá-lo.

— Mas agora eu tenho que pensar em como vou explicar pro meu pai que recebi uma advertência no meu segundo dia de aula.

— Se você quiser, eu posso ajudar você a contar. Eu explico que o Roger provocou você primeiro. Eu acho que é o mínimo que posso fazer.

— Você faria isso por mim? — Perguntou Bill sentindo que alguém se importava ckm ele.

— Claro! Eu posso contar que você salvou minha vida também. Ele vai ficar tão orgulhoso que não vai ter tempo para se preocupar com o advertência, não acha?

— Valeu, Artie. Mas ele só vai chegar em casa a noite, não posso te pedir para fazer isso. Além do mais, normalmente ele sempre está ocupado demais para ser preocupar com alguma coisa.

  Ao olhar para o semblante triste do amigo, Artie sentiu um aperto no coração.
Logo depois eles foram embora caminhando juntos até que chegaram ao ponto em que se separavam.

— Acho que nos separamos aqui, não é? — Perguntou Bill.

— Sim... Bom, então até amanhã!

— Até amanhã.

  Eles então tomaram caminhos opostos e quando já estavam afastados, Artie ouviu Bill gritar seu nome do outro lado da rua.

— Artie! Eu te espero aqui amanhã para irmos a escola juntos, tá bom?

   Artie não podia descrever sua felicidade ao ouvir aquelas palavras.

— Certo! Te vejo amanhã! — Ele gritou de volta.

  Os dois sorriram um para o outro e depois voltaram a seguir seus caminhos.

— Tia, já cheguei! — Artie ao chegar em casa.

— Boa tarde, querido. — Ela disse enquanto folheava seu livro de feitiços.
— Venha se sentar e contar para sua tia como foi a aula hoje.

  Artie tirou sua mochila e sentou-se no sofá ao lado dela.

— A senhora disse que não iria acontecer nada de ruim, mas acontece que o Bill levou uma advertência.

— Meu pequeno Artie, quantas vezes tenho que lhe dizer que não existem "coisas ruins"? Existem apenas circunstâncias desagradáveis que acontecem por algum motivo.

— Já sei, já sei. Mas mesmo assim não parece muito justo. Até porque o culpado foi o Roger.

— Eu entendo. Mas essas situações acontecem sempre por um motivo. Pode ser um aprendizado. Você é quem decide como pode usar isso ao seu favor.

— Mas e o Roger? Ele é quem deveria aprender não é? Eu tenho certeza de que ele não tirou proveito nenhum dessa situação e que amanhã vai agir igual age todos os dias.

— Artie, já pensou na possibilidade do Roger precisar de um amigo como você? Lembre-se sempre que, aqueles que atacam, são os que tem mais medo de serem atacados. Pense sobre isso, querido.

— Tá bom, tia. Obrigado pelos conselhos.

  Depois da conversa não muito esclarecedora com sua tia, Artie foi para o quarto e refletiu o dia todo sobre tudo que ela lhe disse.

  Poderia alguém como Roger ter medo? Ou até mesmo ser vítima de alguém? Para ele não fazia muito sentido.

  Poderia alguém como Roger ter medo? Ou até mesmo ser vítima de alguém? Para ele não fazia muito sentido

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