7- Uma surpresa macabra

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  Ao cair da noite, Bill estava em seu pequeno quarto pensando no que diria ao seu pai quando ele chegasse

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  Ao cair da noite, Bill estava em seu pequeno quarto pensando no que diria ao seu pai quando ele chegasse. Ele não queria decepiocioná-lo com a advertência mas precisava que ele a assinasse. Ele logo ouviu o barulho da porta da frente se abrir e se preparou para contar tudo.

  Ele saiu do quarto e foi até a sala onde seu pai havia acabado de entrar.

— Oi, pai. Aconteceu uma coisa na escola hoje...

— O que foi, Bill? — Perguntou o homem com os olhos cansados.

— Eu levei uma advertência. Mas não foi culpa minha, eu juro! Acontece que foi um garoto que me empurrou primeiro! Ele que começou.

— Tá, e o que você fez? — Perguntou seu pai, inesperadamente calmo.

— Eu meio que soquei o nariz dele. Mas só um pouquinho. Agora você precisa assinar isso. — Falou enquanto mostrava a advertência ao pai.

— Tá bem, Bill. Depois que eu tomar um banho eu assino. — Disse enquanto saia da sala.

— Então o senhor não está bravo? — Perguntou Bill perplexo.

— Não, tá tudo bem. Você só se defendeu.

  Bill não entendeu o porquê, mas preferia mil vezes que seu pai tivesse gritado com ele e o colocado de castigo. Era assim quando ele era criança mas desde que ele se divorciou de sua mãe, ele passou a trabalhar em excesso e não se importar mais com as travessuras de Bill.

  No dia seguinte, Artie e Bill já estavam caminhando juntos para a escola. Bill contou sobre como foi com seu pai a noite no caminho e depois, Artie decidiu contar a ele o que sua tia havia dito sobre Roger. Como o esperado, ele também não entedeu.

— Então sua tia acha que você deve ser amigo do Roger mesmo que ele te trate daquela maneira?

— Acho que não é exatamente isso. Ela acha que ele tem algum problema e eu poderia ajudá-lo.

  De repente uma idéia iluminou a cabeça de Bill.

— Eu tive uma idéia muito legal! E se a gente "investigasse" ele?

— O que você quer dizer?

— Que nós poderíamos tipo seguir ele, coisas desse tipo. Sabe como detetives!

— Eu não sei se isso daria certo, Bill.

— Ah claro que vai. Imagina só a aventura que podemos viver, Artie, vai ser emocionante!

  Bill teve que admitir no seu interior que realmente não era ajudar Roger que ele queria. Seu verdadeiro interesse nisso era a "aventura" que ele iria viver e as coisas que ele iria descobrir. Bill detestava o tédio em que vivia e queria alguma coisa que o empolgasse. Essa foi a oportunidade que ele enxergou para tornar sua vida um pouco menos chata.
Artie, por sua vez, não achou que era uma boa idéia. Mas ele resolveu concordar com Bill. Ele fez isso não apenas porque queria ajudar Roger mas sim por que queria ficar perto de Bill. Ele se sentia bem em sua companhia e se perguntava se ele também sentia o mesmo.

  Como Artie esperava, Roger não não deixou de provocá-los mas dessa vez, Bill deciciu ignorá-lo assim como Artie sempre fazia. Depois de um longo dia, finalmente tudo acabou e eles já estavam a caminho de suas casas.

— Artie, você sabe onde o Roger mora?

— Bom, eu já fui na casa dele uma vez porque infelizmente tivemos que fazer um trabalho juntos. Faz muito tempo mas acho que eu me lembro.

— Ótimo! Por que não vamos até lá começar a investigar?

— O que? Você ainda quer fazer isso? Acho que não era o que a tia Gomercinda queria dizer quando disse para mim seria amigo dele.

— Eu sei. Mas mesmo assim, vai ser muito legal, não acha? Imagina a adrenalina que vamos sentir ao estarmos escondidos tomando todo cuidado para ninguém ver a gente?

  Artie ainda não achava que era a coisa certa a se fazer mas quando olhou para o rosto de Bill ele percebeu o quanto ele estava entusiasmado. Ao olhar para ele, viu aqueles olhos brilhantes e aquele sorriso travesso,como o de uma criança esperançosa, percebeu que não era capaz de dizer não.

— Tudo bem, você venceu. Mas tem que ser rápido por que eu não disse nada para minha tia.

— Tá bem, eu prometo! Vai ser tão divertido!

  Então eles foram andando enquanto Artie guiava Bill. No caminho, Bill não conseguiu parar de falar nas possibilidades.

— O que você acha que faz o Roger agir assim? Será que ele é órfão? Ou será que os pais dele obrigam ele a morar no quintal? Ou então ... Vai ver que ele nem tenha pais!

— Eu espero que não seja nada desse tipo. Sem do mais, nem sabemos se vamos mesmo descobrir alguma coisa sobre ele.

— Ah, claro que vamos. Basta sermos bons detetives.

— Bill, veja, a casa dele é ali. — Disse Artie apontando para duas casas a frente da que eles estavam.

— Puxa, que sorte ter aqueles arbustos na frente. Podemos nos esconder lá enquanto espiamos a janela.

— Acho que pode dar certo.

— Claro que vai dar certo, Artie. Apenas confie em mim. — Respondeu Bill sorrindo.

  De repente, ele pegou a mão de Artie e o puxou enquanto corria em direção aos arbustos e quando chegaram, Bill o puxou para baixo dos mesmos. Artie ainda estava surpreso pela atitude repentina do amigo. Ele não esperava que suas mãos se tocassem de novo tão cedo. Ele sentia bem com essa sensação, se sentia seguro.

— Olha só, Artie. — Bill o tirou de seus pensamentos.

— Essa aparentemente é a janela da sala. Caramba a casa dele é pior do que a minha. — Disse em tom de comédia.

— Eu não me lembrava de estar tão precária assim.

— É gentil da sua parte chamar de precária. Eu usaria outro termo.

  A casa tinha as paredes descascadas, o vidro da janela quebrado e isso sem mencionar o interior que por sua vez, encontrava-se completamente bagunçado. Havia muitos objetos pelo chão.

— De qualquer maneira não podemos ver nada. Melhor irmos embora.

— Espera, olha alguém entrou na sala!

  Ao prestarem atenção, notaram algo bizarro. A pessoa dentro da casa era o mesmo homem que quase os atropelou no dia anterior.

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