42- Siga seu coração!

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        Artie e Bill foram até Jacob.

 — Jacob, o que está fazendo aqui?  — Bill perguntou.

        Jacob se levantou e seus amigos perceberam a marca em seu rosto.

 — O que aconteceu?  — Artie perguntou preocupado.
 
— Eu... Eu preciso de ajuda!

 — É só nos contar o que está acontecendo. Quer vir até minha casa? A tia Gomercinda é uma ótima conselheira.

 — Tudo bem.

 — Você vem também, Bill? 

 — Claro, Artie. Vamos.

        Eles chegaram na casa de Artie.

 — Vamos entrar. — Artie abriu a porta.

 — Já chegou, Artie?  — Tia Gomercinda estava sentada no sofá com Triskle no colo.

 — Sim. E o Jacob veio com a gente. Ele precisa de ajuda.

— Oh, olá, Jacob. Sente - se aqui,  querido.  

        Ele se sentou ao lado de tia Gomercinda. Não estava totalmente confortável com a situação, pois não estava acostumado a pedir ajuda.

 — E então, você quer falar qual o problema?  — Tia Gomercinda perguntou atenciosamente.

        Jacob continuava em silêncio e olhando para baixo. Não sabia exatamente por onde começava.

 — Jacob, se você quiser, eu e o Bill podemos sair.  — Artie disse percebendo o incomodo do amigo.

 — Não, tudo bem. Podem ficar.

 — Pode começar falando quando achar melhor, Jacob. Eu tenho certeza que ninguém aqui irá julgar você. — Tia Gomercinda o confortou.

        Jacob respirou fundo e resolveu falar.

— Bem... Acho que devo começar falando do Roger. Todos já sabem da morte dele mas quase ninguém sabe da vida dele.

— Como assim?  — Bill ficou curioso.

 — Acontece que o Roger era... hã... ele gostava de garotos... — Jacob disse com dificuldade.

        Artie e Bill ficaram bastante surpresos.

 — E qual era o problema?  — Tia Gomercinda perguntou calmamente.

— Como assim? Vocês acham que todo mundo aceita isso como uma coisa normal?

— O que? Você está querendo dizer que eu e o Artie não somos normais?  — Bill ficou um pouco exaltado.

 — Calma, Bill. Acho que não foi bem isso que ele quis dizer. — Artie o acalmou.

 — Eu quis dizer que a sociedade acham que pessoas assim são aberrações. Eu não acho isso e nem poderia já que o meu irmão era como vocês.

 — Entendo. Seu irmão deve ter sofrido bastante, não é?  — Perguntou tia Gomercinda.

 — Sim. Tudo começou quando um dia meus pais pegaram ele no quarto beijando um garoto. Eu era pequeno mas me lembro que Roger ficou todo machucado porque meu pai bateu muito  nele depois disso.  — Jacob foi se emocionando a medida que falava. — Roger tinha treze anos nessa época e eu apenas cinco. Ele continuou tentando fazer com que meus pais o aceitassem. Ele vivia triste pelos cantos e eu não o via mais sorrir. Um dia, eu me lembro de estar brincando com Robbie na calçada de casa quando vi ele chegar da escola. Eu gritei o nome dele, como sempre fazia. Roger foi atravessar a rua quando de repente um caminhão o atingiu... — Jacob começou a chorar.

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