Amor e alma

26- Prestes a descobrir

    Naquela noite, Bill estava em sua cama tentando dormir mas não conseguia. Ele ainda estava digerindo o que ele havia dito para si mesmo. "Eu realmente estou apaixonado?" Perguntava a si mesmo. Isso nunca havia passado por isso antes e nem queria. Ele sempre pensou que se um dia se apaixonasse, acabaria como o seu pai.

— Como eu não percebi isso antes? — Ele se questionava.

    Ele parou para pensar e se sentiu meio idiota quando se deu conta de que ele havia deixado seus sentimentos explícitos para Artie afinal,ele estava sempre pegando sua mão e o elogiando. Ele não parava de ter pensamentos como "Isso é tão gay!" Ou então "O que os meus pais pensariam sobre isso?". Ao mesmo tempo que isso o enlouqueceu também o fez refletir sobre o que é o amor. Pelo menos agora ele poderia encerrar o trabalho.

   Na manhã seguinte, ele estava no lugar se sempre esperando Artie chegar. Ele não sabia o que dizer por isso iria apenas contar o que aprendeu sobre o amor. Ele olhou para o lado e viu Artie chegando. Ele não o deixou dizer nada e foi logo falando o que estava se passando em sua cabeça.

— Artie! — Ele exclamou. — Eu aprendi que o  amor é uma coisa sobre a qual não temos controle algum! O amor acontece independente do que queremos e surge quando menos nos damos conta. Acima de tudo eu aprendi que nós não escolhemos quem vamos amar. Apenas acontece.

   Artie não podia estar mais surpreso e confuso ao mesmo tempo.

— Hã... Isso é para o trabalho, não é?

    Parando para pensar, Bill percebeu que não sabia se ele estava falando aquilo para que Artie escrevesse no trabalho ou estava falando como uma forma de declaração.

— É. Foi o que eu consegui pensar. Então pode escrever no trabalho.

— Certo.

    Caminhando até a escola, Bill começou a pensar:
    "Acho que ainda é muito cedo para uma declaração assim. Apesar de parecer uma eternidade para mim, faz só num mês e meio que nos conhecemos. E eu preciso de tempo para refletir sobre tudo isso. Por enquanto eu me contento apenas em estar do lado dele. Ele me faz feliz então eu quero que ele se sinta assim também quando estiver comigo."

    Chegando na sala de aula, havia outra carta na mesa de Bill, para o seu desgosto.

— Outra carta. — Ele mostrou para Artie.

  A sala já estava um pouco cheia então os dois olharam em volta pensando em quem poderia ser a admiradora secreta de Bill.

— Bom, pelo menos sabemos que foi alguém que está aqui agora. — Disse Artie. — O que está dizendo dessa vez?

    Bill abriu a carta.

— Apenas diz que ela quer me encontrar depois da aula atrás da escola. — Disse mostrando para Artie.

— Então você vai saber quem é.

— Me ajuda, Artie! — Bill pediu. — Eu não sei o que eu faço!

— Calma, na hora do recreio nós pensamos. — Artie acalmou Bill.

    A primeira aula foi de matemática. Bill estava muito distraído.

— Bill, você sabe a resposta dessa conta? — O professor Gerald perguntou inesperadamente.

     Bill saiu de seus pensamentos.

— Ah... — Ele não sabia responder.

   Ele olhou para o lado e percebeu que Artie escreveu a resposta para ele no caderno.

— Noventa e sete. — Ele respondeu sorrindo.

    O professor Gerald não esperava que ele acertasse.