1- Artie e Bill

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    Era outono, e as folhas caíam pelas ruas, colorindo as calçadas de Soul City com suas cores quentes

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    Era outono, e as folhas caíam pelas ruas, colorindo as calçadas de Soul City com suas cores quentes. Essas folhas sempre eram observadas através da janela por um excêntrico garoto de cabelos ruivos chamado Artie. Ele costumava ficar a sós com seus pensamentos, assistindo ao cair das folhas, enquanto fracos raios de sol iluminavam seu rosto, destacando suas inúmeras sardas. Logo, o doce aroma de chá de gengibre, seu favorito, invadiu suas narinas e o tirou do transe.

   Artie entrou na cozinha e se deparou com sua tia Gomercinda, que servia o chá da tarde juntamente com biscoitos.

— Triskle, desça já da mesa! — Disse a tia Gomercinda para o gato preto de estimação. Triskle pulou para o chão com um biscoito na boca.

— Artie, é sábado! Por que você não sai um pouco e aproveita o dia?

— Não, tia. Eu gosto assim. —

   Respondeu Artie.

— Bom, você é quem sabe, querido. Se eu fosse alguns anos mais jovem, não iria perder tempo! Iria sair com todos os garotos bonitos da escola! Aliás, eu já te contei daquela vez em que eu fui no baile com um garoto e tentei botar minha poção do amor no ponche dele?

— Sim, tia. Eu me lembro dessa história. — Disse Artie com um meio sorriso.

— Ah, mas essa história é tão engraçada! Eu sei que você vai adorar ouvir de novo! Minha poção deu errado e em vez dele se apaixonar por mim, ele acabou vomitando tudo no meu vestido tecido com teia de aranha! Sabe o trabalho que eu tive pra conseguir tecer aquilo?

  Tia Gomercinda sempre contava histórias que já havia contado inúmeras vezes. Artie não se importava e se divertia muito ouvindo as mesmas histórias repetidas vezes.

  Artie, apesar disso, como sempre, estava apreensivo para a segunda feira, pois, nunca foi bom em lidar com outras pessoas, principalmente seus colegas de classe. Artie era diferente dos demais. Não só pelos cabelos ruivos que eram de uma tonalidade única em toda a escola, mas em todo o resto também. Artie tem quinze anos e está na primeiro ano do ensino médio. Tia Gomercinda viva dizendo a ele para tentar se enturmar mais. Ah, sim! A tia Gomercinda. Ela era uma mulher pra lá de exótica e que além da aparência extravagante, caso você ainda não tenha se dado conta, ela também era... Bem, uma bruxa! Sim, um dos motivos para que os colegas de Artie o achassem ainda mais estranho.

    Naquele mesmo dia, em uma outra
casa, um certo garoto de cabelos e olhos igualmente escuros, repousava entediadamente na poltrona de sua sala enquanto mudava os canais da televisão. Esse garoto, cujo nome é Bill, havia se mudado há algumas semanas para essa cidade de nome tão  peculiar. Nada nesse lugar parecia ser interessante para ele. Seus pais haviam se divorciado e desde então ele mora na nova casa junto com seu pai. Era uma casa bem pequena e simples e o seu pai trabalhava muito para pagar a moradia. Trabalhava demasiadamente e quase não ficava em casa. Consequentemente, não tinha tempo para Bill.

  Ao anoitecer, Bill esquentou uma mini pizza no microondas. Ele nunca comia coisas saudáveis. Quando morava com sua mãe, volta e meia ela o forçava a comer vegetais que ele odiava. Quando começou a morar com o pai, percebeu que ele não tinha tempo para cozinhar porque trabalhava demais. Para Bill isso era bom já que ele passou a comer apenas só que gostava apesar de as vezes sentia falta da comida da mãe.

— Bill, já cheguei! — Disse seu pai abrindo a porta.

— Boa noite,pai. E aí, como foi o trabalho? — Perguntou da cozinha.

  Não houve resposta, pois, seu pai já havia entrado no quarto.

— Ah, que bom... — Disse Bill ironicamente. — Meu dia também foi legal, eu acho.

   Como pode ser observado, Artie e Bill são duas pessoas muito diferentes, mas, que inesperadamente, terão seus caminhos cruzados.

   Como pode ser observado, Artie e Bill são duas pessoas muito diferentes, mas, que inesperadamente, terão seus caminhos cruzados

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