60- Decisões precipitadas

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      Ao entrarem, Artie e tia Gomercinda se depararam com Bill desolado sentado no sofá.

— Bill... — Artie disse andando em sua direção.

— Nem pense em agarrar o meu filho! Eu não vou permitir esse tipo de coisa na minha casa. — O pai de Bill falou antes que Artie pudesse abraçar o namorado.

— Mas que maneira é essa de falar? — Tia Gomercinda indagou.

— Eu falo como eu quiser na minha casa. A senhora é o que desse garoto?

— Esse garoto se chama Artie e eu sou tia dele. Por que me chamou aqui?

— Para informá-la que seu sobrinho anda fazendo coisas imorais com o meu filho. Com certeza ele influenciou o Bill.

       Artie e Bill apenas ouviam tudo em silêncio.

— Eles não fazem coisas imorais. Eles são namorados e não há  nada de mais nisso. — Respondeu tia Gomercinda.

— Então você estava ciente disso? Como pode permitir uma coisa dessas? Agora as pessoas estão falando do meu filho por aí.

— Isso não é verdade. Pelo que Artie me contou, apenas alguns amigos sabem.

— Não importa Eu a chamei aqui para exigir que você faça seu sobrinho se afastar do Bill.

— Eu não posso fazer isso.

— Caso eles continuem a se ver, eu vou ter que levar o Bill para morar com a mãe dele.
 
      Bill e Artie ficaram apavorados ao ouvir isso.

— Pai, você não pode fazer isso! — Bill falou com um certo desespero.

— Posso e vou. Amanhã mesmo você vai embora da cidade.

— Senhor, por favor não faça isso! — Artie suplicou.

— Vocês não me dão escolha. Bill, vá para o quarto arrumar a sua mala. E a senhora e o seu sobrinho já podem se retirar da minha casa.

— Tia, faz alguma coisa! — Artie implorou.

— Eu sinto muito, querido. Não posso impedi-lo. Ele é pai do Bill.

— Exatamente. Agora por favor, saiam daqui.

       Artie olhou para Bill. Ambos estavam muito desesperados. Tudo que conseguiram fazer, foi se abraçar.

— Bill, pare com isso. Eu mandei você ir para o quarto. — Seu pai disse lhe puxando pelo ombro.

— Vamos, Artie. — Tia Gomercinda disse pegando em sua mão.

      Artie ficou em silêncio o caminho todo. Quando chegaram em casa, ele se sentou na sala com sua tia.

— Artie, eu sei que você está muito chateado, mas eu tenho certeza que as coisas podem mudar. — Ela falava acariciando os cabelos do sobrinho. —
Vocês vão encontrar uma solução.  Eu tenho certeza.

— Como? Eu não consigo pensar em nada.— Os olhos de Artie encheram-se de lágrimas. — Eu não quero perder o Bill.

— Calma, meu amor. Tudo vai se resolver. Eu prometo. Agora você tem que descansar.

      Artie foi para o quarto e se deitou na cama, por mais que soubesse que seria difícil dormir aquela noite.

      Enquanto Artie chorava, Bill estava trancado em seu quarto sendo obrigado a fazer suas malas

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      Enquanto Artie chorava, Bill estava trancado em seu quarto sendo obrigado a fazer suas malas. Seu pai lhe disse que ele só poderia sair quando tudo estivesse pronto para viajar. Bill não estava disposto a desistir de Artie tão fácil assim. Ele decidiu fazer sua mala, mas não para viajar e sim para fugir. Bill havia decidido se esconder na casa de Artie, pois seu pai não sabia onde era. Ele colocou algumas roupas e algumas outras coisas dentro de sua maior mochila e saiu pela janela.

    "Eu já estou indo, Artie." Bill falou mentalmente.

       Artie ainda não havia dormido. Ele só pensava em alguma solução para que pudesse ficar com Bill. De repente, ouviu um barulho na janela que o tirou de seus pensamentos. Artie percebeu que haviam pequenas pedrinhas sendo  atiradas contra o vidro da janela. Ele olhou através dela e viu Bill lá em baixo no Jardim.

— Bill, o que está fazendo? — Ele perguntou depois que abriu a janela.

— Parece que não está tão feliz assim em me ver.

— Claro que estou. Mas o que está fazendo aqui a essa hora?

— Não é melhor você abrir a porta para mim  entrar? Assim nós conversamos melhor.

— Certo. Já estou descendo.

     Artie desceu para sala e abriu a porta para que Bill pudesse entrar.

— Temos que falar baixo. Não quero acordar a tia Gomercinda. — Artie disse enquanto eles subiam para o seu quarto.

    Quando eles entraram, Artie percebeu que Bill estava com uma mochila.

— Bill, o que você trouxe aí?

— Bem... Eu decidi fugir de casa. Então eu pensei que como o meu pai não sabe onde você mora, eu poderia ficar aqui.

— O que?! Bill, você não pode fazer isso.

— Por que? Achei que você fosse gostar da idéia.

— Eu gostei. Eu quero que você fique, mas a tia Gomercinda nunca aceitaria isso. Ela não vai concordar em você ficar aqui sem seu pai saber.

— Mas ela não precisa saber.

— Vai ser muito difícil você ficar aqui sem ela descobrir, Bill.

— Por favor, Artie! Temos que tentar! Eu não quero me separar de você. Temos que tentar qualquer coisa.

     Artie pensou um pouco.

— Tá. Podemos tentar. Mas acho que isso não vai dar certo.

— Não se preocupe, Artie. Eu vou ficar escondido aqui o dia todo. Ela não vai descobrir.

— Isso é loucura. Eu ainda acho que não vai dar certo, mas eu quero tentar qualquer coisa se for para não me separar de você, Bill. — Artie disse o abraçando. — Eu te amo.

— Também amo você, Artie. Prometo que nunca vamos nos separar.

— Acho melhor a gente dormir agora.
  
     Artie trancou a porta para garantir que tia Gomercinda não a abrisse e visse Bill.

— Agora com você deitado ao meu lado, eu vou conseguir dormir, Bill. Boa noite.

— Boa noite, Artie.

      Os dois dormiram tranquilamente com a aconchegante sensação de estarem juntos.





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