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Joshua Beauchamp

Faz cerca de uma semana da festa de casamento e aos poucos Any se afastou de mim e Aurora. Vivemos sob o mesmo teto e ela tem nos evitado a todo custo, vive enfurnada naquele escritório ou no consultório dela e só aparece na hora de amamentar. O tratamento está em andamento, aos poucos tem rendido leite, porém ainda não o suficiente para largarmos a fórmula, então uma sonda está sendo utilizada apenas para a pequena ir se acostumando, pois muito em breve ela vai mamar direto no peito.

E eu de verdade estou confuso. (Novamente)

Eu senti algo naquela noite que eu não sei bem explicar, mas que nota-se que não foi recíproco.

Hoje, pela manhã, Aurora teve consulta e Robert fez questão de me dar o dia de folga. Eu não pedi, mas fiquei agradecido. Ao voltar do hospital, a pequena tirou a sonequinha da manhã e depois ficamos brincando no quartinho dela.

— Josh, arrume as malas, vamos viajar, Papai já foi avisado – surge no quarto e me avisa

— Como assim?

— Pega as coisas da bebê e as suas, põe numa mala e pronto – diz grosseira – vamos passar a semana no Brasil, anda logo, o nosso voo é em cinco horas

— Desculpa, tô estressada... – suspira fundo

— Fazer o quê no Brasil?

— Convencer um cardiologista a vir pra cá fazer a cirurgia

— Isso é sério? – pergunto já com os olhos marejados, ser pai me deixou um verdadeiro chorão

— Ainda não é certo... mas juntando a pesquisa e técnica dele à minha...

— Obrigado, Any – levanto com a bebê no colo e a abraço apertado

— Josh, só não se ilude muito, tá bom? A medicina é cheia de surpresas

— Vou tentar

[...]

Após longas nove horas de voo chegamos em São Paulo e fomos direto pro hotel comer e descansar. Any chamou Sininho e Noah para virem conosco, ela disse ser o presente de casamento deles, já percebi que a linguagem do amor dela é presente, então se ela oferece algo e você recusa, ela fica bem ofendida e garanto que você não vai querer ver essa mulher assim... ela vira a cara pra você por uma semana... experiência própria.

De início os dois ficaram meio assim, pois foi muito do nada, ambos tem trabalho e nós, meros mortais e plebeus, estamos acostumados a nos planejar com antecedência para viajar, mas acabaram aceitando pela boa vontade da morena que arrumou tudo pra eles.

Ficaremos uns dias aqui para a reunião de Any com o tal médico, mas depois iremos para um lugar próprio de praia, ainda não sei onde.

Any teve essa ideia no avião, então vamos estender viagem e ficar doze dias aqui aos invés de sete.

Fiquei de boca aberta quando ela começou a falar em português com o cara do uber, parece que além de médica ela fala um monte de línguas diferentes.

Essa mulher é realmente uma caixinha de surpresas.

Fomos dormir, pois são cinco da manhã no fuso daqui, Hina reservou três quartos, um para Any, outro para Noah e Sina e outro para mim e Aurora.

Chegamos no hotel e já na recepção Any se chateou, pois o sistema caiu e as reservas não foram feitas. Eles só tinham dois quartos disponíveis, pois uma excursão de senhoras da terceira idade acabara de reservar uns dez quartos de uma vez. Vamos ter que dividir por hoje, mas amanhã eles prometeram o terceiro quarto.

Coloquei minha filha para dormir novamente, pois ela acabou acordando durante o percurso e logo capotei na cama de casal.

[...]

— Josh – acordo sendo cutucado por Any

Abro os olhos lentamente tentando me acostumar com a claridade do local, as cortinas das enormes janelas de vidro estavam abertas e o quarto foi invadido pela luz solar.

— Já são dez e meia aqui, vamos tomar café

— Hm... tô indo...

— Vem logo que a Aurora tá querendo a comida dela também – noto a bebê já arrumadinha nos braços dela – Ela já tomou o leite da bombinha matinal e ainda parece faminta

Levanto, vou até o banheiro tomar um banho rápido e trocar de roupa, coisa de dez minutinhos, e já estávamos comendo.

Amassei uma bananinha com aveia e dei para a minha garotinha gulosa até ela se sentir saciada. Tomei o meu café preto com pão de queijo, um negócio delicioso próprio daqui e comi uma fatia de torta.

Terminamos o café e demos uma volta pela cidade, a reunião de Any com o médico será um almoço, então tivemos pouco tempo. Voltamos para o hotel perto do meio-dia e a morena logo se aprontou. Sina e Noah almoçaram conosco no restaurante do hotel mesmo e depois sumiram para fazer sabe-se lá o quê.

Sendo sincero, sei bem o que os recém-casados estão fazendo, mas poxa, ela é a minha irmãzinha, prefiro pensar em outras coisas.

A bebê foi ficando sonolenta e tiramos uma sonequinha da tarde, me acostumei a dormir com ela, fiz uma barreira de travesseiros para não ter perigo dela rolar e caí no sono rapidinho.

Fui acordado pelas mãozinhas babadas de Aurora na minha cara e decidi levá-la para nadar na piscina. Me vesti, peguei uma toalha e um brinquedinho para a pequena, coloquei uma fralda para água nela, um maiô e descemos para a área da piscina.

Brincamos por um tempo na água levemente aquecida até ela começar a dar sinais de cansaço e então decidi subir. Tomei um banho na banheira bem gostoso com a bebê e, em seguida, pedi serviço de quarto e lanchei com ela.

Coloquei um desenho do youtube na televisão para distraí-la, apesar de eu estar evitando ao máximo tecnologia nessa fase, eu precisava trabalhar um pouco e não iria incomodar minha irmã e cunhado.

[...]

Já era noite e Any não tinha dado sinal de vida, mandei umas mensagens que não foram respondidas e só não fiquei tão preocupado porque ela fala a língua daqui. Sina e Noah apareceram no nosso quarto nos chamando para jantar fora e aceitei. Pedimos um uber e fomos parar num restaurante gaúcho.

O que é isso? Não faço ideia. Mas a comida era boa.

Aurora foi ficando sonolenta e voltamos para o hotel. A comunicação foi um pouco difícil, mas nada que um google tradutor e um espanhol não dessem conta.

Chegando no quarto, troquei a fralda dela por uma noturna, já que ela agora dorme uma noite inteira, dei o leite quentinho dela feito na copa do hotel, pois Any ainda não tinha voltado até dado momento, e a ninei até dormir. Tinha um berço disponível para ela e a coloquei com a naninha dormindo tranquilamente.

Abri o meu laptop para resolver umas pendências da empresa, mas logo capotei também.

Maldito jetlag.

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Obg pelas dez mil leituras, amanhã tem mais

Me indiquem umas fics beauany, tô na seca, de preferência já com uma quantidade considerável de capítulos e desconhecida pq se for muito famosinha provavelmente eu já li

Eles tão indo pro Brasil, pq eu, simplesmente, não pude evitar, Noruega, Suíça, Alemanha tem hospitais bem mais avançados? Sim, porém não tem muita coisa pra fazer lá e não posso falar com muita propriedade... pensei em mudar, mas isso me custaria quatro capítulos já escritos... ent vai ser isso mesmo 👍🏽

HOW TO SAVE A HEART | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora