HOW TO SAVE A HEART | BEAUANY STORY

3.7

Any Gabrielly

Minha mãe está estranha. Bom, faz um tempo que ela se esforça para se aproximar de mim e Nour, mas eu só achei que ela quisesse recuperar o tempo perdido depois de tantos anos deixando a gente de lado, sei lá.

Ela me chamou para jantar, disse ter algo importante a dizer...

Chamei Josh para ir comigo, arrumamos Aurora e fomos.

O clima do jantar foi meio tenso, afinal, o que é tão importante?

Aurora dormia que nem um anjinho no bebê conforto, ela está cada dia maior... Já falou mamãe, papai, vovó e tio Noah, e, o mais importante e mais falado, tetê, acredita? Essa menininha me deixa toda boba...

Eu sou uma mamãe babona mesmo! É impossível olhar pra Aurora e não abrir um sorriso instantâneo, até quando ela tá birrenta, eu reúno toda a minha paciência e tento lidar da maneira mais saudável possível, geralmente, minha menina se comporta muito bem, mas ela tem seus momentos, não nego.

Mamãe nos guiou até a sala assim que terminamos de jantar e me sentei ao lado de Josh. O loiro, percebendo a minha tensão, enlaçou os nossos dedos e me deu leves beijos no rosto.

— Obrigada – sorrio e agradeço lhe dando um selinho

— Meninas, eu e seu pai escondemos algo de vocês... Há alguns meses, eu tive um ataque cardíaco e bom... eu vi a minha vida passar pelos meus olhos... foi um susto – minha mãe começa a falar e logo sou tomada pelo pânico... muitos pacientes meus são afetados por esse problema, isso é tão sério...

— Em que hospital a senhora foi? Qual procedimento fizeram? Precisou de cirurgia? Por que não me disse? Eu podia ter ajudado... – a bombardeio de questionamentos dividida entre o sentimento de mágoa e medo

— Não quisemos preocupar vocês... mas, enfim, eu fiquei pensando sobre a minha vida e o meu único arrependimento foi ter sido uma mãe péssima pra vocês duas, nós três não temos um vínculo...

— Eu chamei vocês aqui porque eu estou disposta a conhecer vocês melhor... ter um relacionamento melhor com vocês... Vocês me perdoam e aceitam recomeçar? Vamos tentar... – noto seus olhos marejarem

— Tá tudo bem, mãe – minha irmã se pronuncia

— Vamos tentar né, Nour?

— Uhum – vai até a nossa mãe e a abraça

— Eu te amo, mãe – vou até ela e faço o mesmo

— Também te amo, minha filha, desculpe por ter te pressionado tanto, é que eu fiquei pensando que se eu morresse você ficaria sozinha... sua irmã vai se mudar e o seu pai... você sabe como ele é com lutos

— Sobre isso... eu também tenho uma coisinha pra contar...

É melhor ser sincera com eles já que estamos dialogando como uma família normal, né? Momento singular nessa família.

— Eu e o Josh não tínhamos nada quando casamos, foi uma troca de favores

— O quê? Como assim? Eu desconfiei num primeiro momento, mas aí... vi como vocês se olhavam e me convenci – diz em choque

— Any, não precisa ficar casada se não quiser – suspira pesado – Eu não queria te forçar nesse ponto... oh Deus... eu nunca soube lidar com você direito... desculpe

— Na verdade... a gente acabou se apaixonando – olho para o loiro e dou um sorriso – estamos juntos de verdade e eu estou muito feliz com a minha família, então não se preocupem