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Joshua Beauchamp

Mais um mês se passou. Any agora está com seis meses e a nossa prioridade, no momento, é encontrar um apartamento bem espaçoso. Queremos permanecer na mesma área, pois é perto dos nossos trabalhos e da escola do Tutu e é muito seguro e bem localizado.

A Alice vai nascer em três meses e nem tem quarto, o enxoval dela vai ser uma mistura de algumas roupinhas da irmã e outras novas, Aury usou algumas tão pouco que seria um absurdo comprar as mesmíssimas coisas.

Minha menininha anda chutando bastante o ventre da mãe, Any ama quando ela se manifesta apesar de doer pra cacete, de acordo com a morena, é assim que ela acaba com as paranóias e sabe que está tudo bem lá dentro.

Aurora não é mais tão bebê e precisa de uma renovação do quartinho dela urgentemente, o cômodo foi, claramente, projetado para uma neném que não sabe andar... já perdi as contas de quantas vezes desviei minha atenção dela por minutos e, ao voltar para o local, encontrei as roupas das gavetas mais baixas todas no chão e a minha filha me olhando com uma carinha sapeca, até tentamos uma trava, mas a espertinha aprendeu a abrir.

A questão da au pair está indo bem, encontramos uma agência e estamos conversando com algumas. Apesar de não termos escolhido uma candidata, já está acordado que só poderemos recebê-la depois da mudança.

Hoje iremos visitar mais um apartamento e espero que atenda às nossas expectativas, obras levam tempo e o nosso está acabando, nossa Alice não vai esperar.

No horário marcado com o corretor, me dirigi ao prédio indicado por ele e ficamos esperando Any chegar. Ela avisou que faria uma cirurgia hoje e essas coisas, às vezes, levam mais tempo que o esperado então já me acostumei com o fato dela furar comigo constantemente. Por mais que seja frustrante, ela está salvando uma vida e não me sinto no direito de reclamar, mas cansa um pouco.

Mando mensagem a apressando depois de um bom tempo esperando com o corretor, ele tem outros clientes pra mostrar imóveis, não dá pra passar a tarde aqui. Dei uma boa de uma olhada no apartamento e parece ser perfeito para nós até nos mínimos detalhes que tive a oportunidade de notar graças ao notório atraso da minha esposa.

Passados vinte minutos, Any chegou esbaforida e pediu mil desculpas pelo atraso.

— Baby, não precisava ter vindo correndo – digo ao notá-la ofegante – Pense na nossa filha

— Você me apressa e agora vem com esse papo? Me poupe... – diz grosseiramente e revira os olhos

— Vamos ver logo o apartamento – suspiro e digo apenas isso para evitar uma briga

— Melhor mesmo...

Any observou todo o local atenta e, em seguida, nos sentamos com o corretor para conversar sobre valores e normas do condomínio.

— Gostou daqui? – pergunta pra mim e assinto

— Vamos ficar então, me mande os documentos – vira pro corretor e diz

— Não é melhor termos uma conversa?

— Eu gostei daqui, você também... encerrado...

— Não é porque eu gostei que acho que é o lugar ideal

— E não é?

— Bem... sim... mas não seria melhor procurar mais?

— Pare de dificultar, Josh, não tenho tempo pra isso!

— Mas eu tenho a tarde inteira pra ficar plantado te esperando – digo irônico e noto a feição desconfortável do nosso corretor

— Vou deixar vocês conversarem... – Steve diz e se retira

HOW TO SAVE A HEART | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora