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Any Gabrielly

Ok... esses enjoos estão passando dos limites.

Fiz os exames e não era a bendita intolerância à lactose então o que será que tá acontecendo comigo?

O meu coração quer fazer uma coisa e o cérebro outra...

E se eu fizesse um teste? Só pra ter certeza e já descartar a possibilidade... Não custa nada...

Pensando bem... custa sim, porque quando eu encarar o negativo vai doer...

Milagres podem acontecer não é?

Merda... Eu não devia nutrir expectativas em algo tão impossível, mas é inevitável! Os sintomas... o meu comportamento nas últimas semanas...

Tem como evitar a hipótese de uma gravidez com tantos sinais?

Argh! Como eu me odeio por ter escondido isso do Josh... ele provavelmente me acalmaria e tentaria resolver meu dilema... esse conflito interno entre razão e emoção tá acabando com o meu psicológico.

Ele sequer está na cidade... foi num evento importante pra empresa fora do país, a alguns milhares de quilômetros de distância... De início, Josh disse que não iria, mas insisti que fosse, pois é essencial para ele adquirir contatos e até certa experiência. O loiro volta daqui dois dias... já estou morta de saudade.

Aurora foi com Maria brincar um pouquinho no parque, Arthur não está com a gente hoje... Minha sogra também não veio pra cá... resumindo... estou completamente sozinha em casa prestes a entrar em colapso.

Quer saber? Eu não vou ficar morrendo de ansiedade aqui.

Pego a minha carteira e desço atrás de uma farmácia. Ando cerca de um quarteirão até encontrar o estabelecimento onde decido comprar logo cinco testes... melhor triste que louca.

Volto pra casa e vou direto para o banheiro... agora é só aguardar... coloquei dois testes na minha urina e esperei o tempo prescrito na embalagem.

Cinco minutos... os mais longos da minha vida! Eu já tinha feito outros testes ao decorrer dos anos, mas em nenhum eu busquei o positivo... agora é diferente...

Eu queria um bebê mais que tudo.

Tenho uma vida estruturada, um pai incrível pro meu neném, psicológico pra ser mãe... e o principal: vontade... um desejo louco de aumentar a minha família o mais rápido possível... tenho a impressão que quanto menor a diferença de idade entre os pequenos, mais unidos eles serão, pois sempre estarão vivendo fases parecidas.

Arthur será a minha primeira e única experiência com adoção convencional, não pretendo passar por esse processo tão dolorido de novo... Talvez eu tente a barriga de aluguel... não sei... outra opção, é a adoção doméstica em que a própria mãe biológica escolhe a família adotiva ainda grávida e, assim que o neném nasce, vai direto pra família... essas duas opções pra mim são melhores que o sofrimento que está sendo para adotar o Tutu, não que eu me arrependa dele, isso nunca, quero meu menino logo aqui comigo.

Eu devia ir ao ginecologista ver se há alguma possibilidade de gerar uma vida em mim... mas o medo do não, me fez estagnar. Eu nem sei ao certo o que há de errado comigo... nunca fui atrás.

Passados os cinco minutos, retornei ao banheiro trêmula... com as pernas feito gelatina... peguei o teste e me deparei com dois tracinhos... positivo.

— Como? – encaro o objeto em minha mão e digo com a voz falha

Checo o outro e o resultado é o mesmo...

HOW TO SAVE A HEART | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora