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Joshua Beauchamp

A festa terminou, todos foram para suas casas, coloquei Nour no quarto, assim como Any pediu, fechei tudo e fui dormir.

Encontrei Any e Aurora dormindo juntas na cama de casal do quarto e um sorriso escapou do meu rosto. Provavelmente minha filha não quis largar a morena pra dormir no berço, às vezes, ela faz isso mesmo...

Minha marrentinha favorita.

Correção: minhas marrentinhas favoritas, Any e Aurora têm isso em comum. Eu que lute.

Faço minhas higienes e logo deito cansado. Any parece sentir o colchão afundando e desperta.

— Josh

— Merda... te acordei?

— Tudo bem... eu queria falar com você

— Você não devia ter pedido desculpas... eu também quis beijar você

— É... mas fui eu

— Só esquece isso – me interrompe – esquece que aconteceu

As palavras dela me machucaram. Não vou fingir que não e nem quero. Não sou negligente quanto as minhas emoções. Isso só faz mal.

Como eu vou esquecer o jeito que o meu coração palpitou?

Há muito tempo eu não me sentia assim... aquele arrepio... as malditas borboletas... acho que vou ter que matá-las.

[...]

No dia seguinte, acordei e mal olhei na cara de Any, não tive forças para encará-la. Ela foi bem clara. Por que correr atrás de algo que ela diz abertamente não querer?

Nour ficou para o café e logo após foi embora. Agradeci mentalmente, pois mais uns minutos e ela ia descobrir que há algo errado.

Decidi sair com Aurora e ir almoçar na casa de mamãe, nem avisei Any e só percebi quando cheguei e mamãe perguntou dela.

Será que meu subconsciente fez de propósito? Como uma vingança infantil?

Minha razão vai embora quando se trata da Any.

Mandei mensagem comunicando que saí com a bebê e ela apenas visualizou. Ótimo... agora os dois estão sendo imaturos.

Guardei o telefone e fui ajudar a minha mãe na cozinha.

— Meu filho, você não tá bem... – dona Úrsula e sua capacidade de me ler

— É...

— O que foi? – pergunta e fico envergonhado de responder

— A Any né?

— Eu gosto dela, mãe

— Eu sei

— E ela não...

— Ela não o quê? Não gosta de você? – pergunta largando a faca que usava para cortar uns legumes e se aproxima de mim

— É

— Ai ai, meu filho, quase trinta anos nas costas e ainda é o meu garotinho... Gosta sim, meu pimpolho – pincela o meu nariz e me sinto com oito anos de idade novamente

— Aí que a senhora se engana... Ela decidiu se fechar pro amor... e tô pensando em aderir a ideia

— Nem pensar, Joshua, você tem que dizer isso pra ela, é recíproco, filho

— Mãe...

— Ela vive perguntando suas coisas favoritas, sabia? Ou você acha que a Maria adivinha seus gostos culinários? Quando ela chega do trabalho antes de você, ao invés de jantar, ela sempre inventa alguma desculpa só pra te esperar... e os olhos castanhos dela parecem mudar de cor apenas olhando pra você e, acredite, ela te observa bastante, isso tudo, eu vi só convivendo com vocês esse mês – retoma com os legumes e diz

HOW TO SAVE A HEART | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora