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Any Gabrielly

Desde que eu e Josh dissemos eu te amo um pro outro, as coisas entre nós ficaram muito românticas, principalmente, da parte dele. Josh é esse tipo de cara e eu amo esse carinho dele, todo dia ele inventa uma surpresa pra mim, seja uma simples florzinha que faz o meu dia, um jantar ou uma massagem. Esse homem realmente me ama!

Bom, a vida se encarregou de me levar até o meu menino, assim como Aurora apareceu do nada, o mesmo ocorreu com o meu Arthur. Assim que bati os olhos nele eu soube. Eu senti o meu instinto materno gritar por ele.

Tudo começou quando a direção do hospital decidiu fazer uma ação solidária com as crianças de um orfanato, doações, consultas rápidas e até alguns exames caso houvessem suspeitas de alguma doença. Depois teve um momento de brincadeiras e até um lanche para os pequenos cheio de guloseimas.

As crianças eram todas muito animadas e gentis, conversei e brinquei com uma porção delas, a pureza dos pequenos me encantou... tão novinhos e com histórias tão tristes... é de deixar qualquer um mexido.

Um garotinho me chamou atenção... enquanto os outros se esbaldavam de doces ele estava num canto com uma carinha tristinha observando tudo com os olhos atentos.

Me aproximei intrigada e decidi conversar com ele.

Talvez estivesse com vergonha ou enjoado ou com dor de barriga ou triste ou qualquer outra coisa... talvez eu possa ajudar... não custa nada.

— Oi mocinho, você não gosta de besteira é? – pergunto sentando de frente para ele de forma que ficamos da mesma altura

— Não é isso não, tia

— Então o que é? – pergunto e ele indica o aparelho em sua mão, que até então estava escondida, um medidor de glicemia

Ele tem diabetes, faz sentido... que responsável! A maioria das crianças não resistiriam à uns docinhos.

— Ah... entendi

— Você também não gostou de mim por causa desse troço idiota né...

— Claro que não... sou médica, bobinho, tô acostumada... e esse troço aí não é idiota, é importante pra você ficar bem...

— Hm... Eu não perguntei o seu nome...

— É Arthur... você tem filhos, tia?

— Pode me chamar de Any... sim, eu tenho uma bebê que se chama Aurora

— Ah tá... – diz baixo encarando os pés

— Por que?

— Eu achei que você pudesse me levar pra sua casa... não gosto daqui...

— Não gosta? – nega com a cabeça

— Os outros garotos dizem que ninguém nunca vai me querer porque eu sou doente...

— Ei! Isso é uma grande mentira!

— Então por que eu ainda tô aqui? – questiona me deixando sem norte

— Não sei...

— Você acha que algum dia alguém vai me levar pra casa? – pergunta com os olhinhos brilhando e parte meu coração

— Vai sim... – respondo meio desconcertada

— Eu queria ter uma família...

— Com certeza você terá uma, viu? Você é um menino tão especial... qualquer um que ficar com você será um sortudo – reprimo a vontade de chorar na frente dele e invento uma desculpa para sair dali

HOW TO SAVE A HEART | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora