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Any Gabrielly

Acordo assustada e com uma lágrima riscando o meu rosto.

Que pesadelo assustador.

Só de imaginar... não dá... não consigo estar lá... eu amo Aurora demais. Isso mesmo, acabou de virar um enorme conflito de interesses, se é que já não era e só faltava eu admitir.

Checo o horário no meu celular. Três e meia da madrugada. Levanto ainda meio atordoada e vou até o quartinho de Aurora e quase desmaio ao notar que ela não está no berço como de costume.

Talvez Josh esteja com ela né...

Desço as escadas silenciosamente e suspiro aliviada ao encontrar os dois dormindo na cama do loiro grudados um no outro. Derramo mais uma lágrima ao ver a cena e meu estômago embrulha só na possibilidade da cirurgia não dar certo.

Decido deitar aqui também, não vou conseguir pregar os olhos com ela longe. Aurora parece sentir a minha presença, pois assim que me deito, a pequena abre os olhinhos e estende os braços para que eu a pegue.

— Eu percebi que não vai dar não pra eu fazer a sua cirurgia bebê, eu te amo demais pra sequer tentar ser profissional – aperto seu corpinho em meus braços e sinto aquele cheirinho gostoso de neném dela

— Agora você tem que dormir de novo pra ficar bem descansadinha, desculpa te acordar – dou um beijo em sua bochecha e acaricio seus cabelinhos até ela adormecer novamente

Depois de um tempo olhando pro nada consegui dormir novamente e só acordei com a pequena brincando com o meu seio.

— Tá com fome, amor? – pergunto já abaixando a alça do meu pijama

— Muita fome, entendi – dou risada com a velocidade que ela suga o peito

— Seu papai tá um trapo em – comento com ela ao ver o loiro apagado na cama

Noto a fralda da bebê cheia assim que ela se sente satisfeita e levanto cuidadosamente com ela até o quarto. A deito no trocador e coloco uma limpinha.

— Prontinho... – a pego novamente no colo e vamos até a cozinha

A sento na cadeira de alimentação e vou até a geladeira pegar as frutinhas para fazer a papinha.

Peguei meio abacate e uma banana docinha, bati no mixer até ficar bem cremoso, coloquei num pratinho e logo dei para ela.

Maria logo chegou da padaria e começou a preparar o café, então fui para o sofá com Aurora e fiquei brincando com ela e um bichinho de pelúcia.

— Você não devia estar no hospital? – Josh pergunta me assustando, pois não o vi se aproximando

— Não dá, desculpa

— Como assim não dá?

— Não consigo, Josh, operar a Aurora virou um enorme conflito de interesses, eu pensei que ela seria uma paciente querida, mas ficou claro pra mim que ela é bem mais que isso...

— Por que? O que mudou?

— Eu sinto uma coisa por ela que eu nunca senti por outros pacientes, carinho, apego e... amor

— Não posso estar lá, você entende?

— Você... ama a Aurora? – pergunta perplexo

— Sim... Nesse amor eu acredito... é o mais puro de todos – dou um beijo na bochecha dela sorrindo

— Lucas e Sabina dão conta de fazer sem mim, eu garanto que eles são ótimos

— É sério que você ama a minha filha?

HOW TO SAVE A HEART | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora