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Joshua Beauchamp

Estamos adotando o Arthur. Ele é um garoto tão doce, obediente, amoroso e educado... Ele alegra a nossa casa...

Os pais dele morreram num acidente... ele não tem família...

Correção: não tinha.

Não consigo imaginar em como deve ser difícil para um menino tão pequeno passar por isso. Se pra mim que já era maiorzinho doeu, penso que pra ele, deve ter sido ainda pior.

Essa madrugada, ele apareceu na nossa cama, acho que ficou com medo, normal de criança, logo o abracei e dormi de novo, Any já tinha resolvido o problema dele... incrível como nossos dois filhos são mais apegados à ela.

Na minha cabeça e no meu coração o pequeno já é nosso filho sim, só não o chamo assim porque fomos orientados da fragilidade desse processo e em como não devemos apressar as coisas no andamento da nossa relação familiar.

Estamos indo no tempinho dele, quando ele estiver pronto, estaremos esperando.

Agora vem a parte mais difícil.

Me mata por dentro toda essa burocratização, eu sei que é pela proteção das crianças, mas acho que torna tudo mais doloroso.

Acordamos, tomamos café e deu a hora de levá-lo de volta. Eu e Any sempre sofremos nessa parte... a gente não quer ficar longe dele... tentamos disfarçar, mas as nossas caras nos entregam.

Peguei Aurora no colo, Any segurou a mão de Arthur e entramos no orfanato. Encontramos a assistente social, entregamos a mochila com as coisinhas dele e ela logo decidiu levá-lo para a conversa.

Toda vez que ele fica com a gente ela faz várias perguntas pra ele de como foi.

— Tchau, Tutu – Any se agacha e se despede com um abraço

— Tchau, pequeno, a gente volta logo, tá bom? – também me despeço com o coração apertado

— Tutu! – Aurora abre os bracinhos querendo abraço e assim ele o faz

— Tchau, Rora – se despede triste beijando o rosto da bebê

— Eu quero que eles sejam a minha família – vira pra assistente social e diz decidido

Sabe a vontade de chorar? Triplicou depois dessa.

— Precisamos ser pacientes, pequeno... logo estaremos prontos pra ter você em casa... na nossa família – Any não controla as lágrimas e o abraça novamente

— Come fruta e verdura, bebe aguinha e vai direitinho pra escola, viu, meu amor? – diz e o pequeno assente – E... tá esfriando, põe um casaco e evita ficar perto de crianças catarrentas pra você não ficar doentinho – passa a mão pelo corpinho dele carinhosamente

— Eu, o tio Josh e a Rora te amamos – dá um beijo no rosto do pequeno que sorri com a fala dela

— Vocês vão voltar?

— Claro, bebê, pode ter certeza

— Pomete de dedinho?

— Prometo com todos os meus dedos! – respondo meio afetado e ele abraça as minhas pernas

— Vamos, amor... – enlaço os nossos dedos após a assistente social levar Arthur

Fomos para o carro e ficamos longos minutos em silêncio.

— Quero que ele seja o nosso filho oficialmente, Josh... eu não aguento mais... já estamos há mais de um mês nisso – Any desabafa

— Eu também, meu bem – pego a mão dela e ali deposito um beijo – essa parte dói tanto...

HOW TO SAVE A HEART | BEAUANY STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora