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— Não acredito que estou fazendo isso. — Bufo, puxando o tecido do vestido apertado para baixo, afim de esconder minhas coxas.

Lucy gargalha diante o espelho. Está fazendo um daqueles delineados exagerados que ela adora.

— Eu amo Isaac Jones, é sério! — Fala empolgada.

No fim das contas, eu aceitei a sugestão e Isaac foi logo mandar mensagem para Lucy.

Isaac Henrique Jones

Lucy, Ana Julia precisa de uma noite de farra.

A arrume para perceber a gostosa que é.

Eu fiquei incrédula quando li, principalmente a parte que se referia a mim como uma gostosa. Mas, me deixou empolgada com a ideia, porque eu realmente me sinto bonita depois de uma escova no cabelo, um vestido e maquiagem simples, como há muito não me sentia.

Estou ansiosa e esperançosa, afinal.

Isaac tem razão. Meu corpo precisa relaxar. Ainda posso ser uma adolescente normal nas horas vagas.

Olho na direção da porta quando algumas batidas ecoam. Está aberta e eu consigo ver Theo me fitando dos pés à cabeça.

Sinto o rubor subir minhas bochechas.

— Uau. — Sibila. — Você está linda.

— Ela não está linda, está maravilhosa, e você, atrasado. — Lucy aponta o dedo na direção do loiro.

Ele revira os olhos.

— Parei para abastecer, Lavagirl.

A mesma o fuzila com o olhar quando se aproxima do berço.

Eles têm se provocado desde que Lucy passou a frequentar minha casa nos mesmos dias em que Theo e a contrariá-lo. Ninguém nunca respondeu mal o queridinho das líderes de torcida. Ninguém além de mim.

— Você entendeu as instruções, não foi? — Pergunto apreensiva quando ele pega Chris no colo.

— Tudo anotado.

— Essa é uma péssima ideia! Ele ainda é tão pequeno. — Mastigo o lábio superior.

— O superpai vai cuidar dele, não vai? — Lucy cruza os braços.

— É claro que vou. — Responde sem olhá-la. — Mas se você quiser ficar, Ana, eu não vou reclamar... — Pisca.

— Porco. — A garota cospe. — Supera.

— Onde você conseguiu essa matraca, Ana? No ebay?

— Vai a merda, loiro de farmácia.

— Olha quem fala — pega a bolsa do bebê pendurada no berço, passando por um dos ombros —, você engoliu um arco-íris, mulher.

— Dá para vocês pararem? — Me aproximo para conferir o bebê. — Theo, me liga para qualquer coisa, por favor, não pense duas vezes! Eu volto correndo.

— Relaxa, gata. — Passa os olhos pelo meu corpo. — Custa dizer isso, mas, se divirta.

— Obrigada. — Relaxo os ombros. Ele está realmente se esforçando para mudar.

— Até amanhã. — Se vira para Lucy. — Tchau, rosinha. — Manda um beijo para ela, recebendo o dedo do meio como resposta.

— Argh! Você deveria castrar esse cara. — Diz quando ele já saiu.

Via InternetOnde histórias criam vida. Descubra agora