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Lucy sumiu logo que a bebida começou a fazer efeito, deixando conosco os últimos copos do máximo de álcool que teremos essa noite.

Isaac ocupou o banco em que ela estava e toma em goles curtos, algo que poderia ser facilmente confundido com suco de laranja se não fôssemos jovens cometendo um delito.

Rio do meu pensamento, atraindo o olhar do garoto.

Seus olhos estão pequenos de alguém começando a ficar animado.

— O que foi? — Pergunta.

Aproximo a boca de seu ouvido para responder.

— Isso é um crime, Isaac.

Ele ri.

— Vamos acabar no "Menores Infratores". — Responde de volta.

Gargalhamos de algo que nem mesmo é engraçado, apenas porque esse copo é capaz de fazer coisas bizarras.

Ele se vira para mim, pegando o meu pela metade e despejando no seu que está quase acabando.

— Ei! — Bato em seu ombro.

— Você amamenta. — Usa a desculpa para tomar toda a minha bebida.

— Cruel, Henrique!

O mesmo sorri, pulando do banco e me ajudando a descer. Eu nem sei para onde vai nos levar, apenas o sigo até que estejamos na pista.

Suas mãos prendem minha cintura e as minhas tocam sua nuca. Começamos a nos mexer no ritmo da música, as pessoas desaparecendo e tornando a aparecer com as luzes coloridas, assim como Isaac. Eu vejo seu sorriso com pontos de rosa, azul, verde e vermelho. Nem mesmo sei de onde vem isso, mas me deixa tonta e cada vez mais animada.

Nos esbarramos, nossos corpos se esfregam e o ritmo das batidas é algo próximo do pop ou eletrônica. Não tenho certeza.

— Isaac, meu vestido! — Rio quando sinto parte da minha bunda exposta.

No entanto, são suas mãos que abaixam o tecido e um arrepio atravessa minha pele com o toque dos seus dedos.

— Isaac. — O repreendo, mas não é algo totalmente sério.

Ele ri, encostando o rosto no meu e aproximando os lábios de minha orelha.

— Você tá muito linda nesse vestido. — Sopra.

Sorrio.

— Mas você quer tirar. — Provoco, ficando na ponta dos pés para abraçar seu pescoço.

Culpo a vodca pela cara de pau e a agradeço pela coragem.

Sinto seu sorriso, a pressão das mãos em meus quadris.

— Quero.

A confissão me deixa arrepiada.

Ele passa o nariz por minha orelha, deslizando lentamente em meu pescoço. Fecho os olhos, excitada, suspirando com as sensações que se espalham em meu corpo e percorrem minhas veias, junto da leveza. É como se estivesse flutuando, como se nada fosse real.

Respiro em seu ombro, descansando meus calcanhares quando o mesmo se inclina em minha direção, não permitindo que nos afastemos.

Nosso encontro é diferente de como pensei que seria. Ontem eu era a garota que quase não conseguia falar, hoje, agora, estou desesperada por seu corpo.

Nós continuamos dançando assim, colados, cada música nos fazendo transpirar, umedecendo nossas peles, mas não nos deixando cansados ao ponto de nos separarmos.

Via InternetOnde histórias criam vida. Descubra agora