Isaac tem agido estranho depois daquele telefonema.
Está mais distante, mais quieto. E o pior é que faltam só três dias para partir, e isso tem me apavorado.
Apesar de tê-lo perguntado o que está acontecendo, me respondeu que estava tudo bem, que eram apenas as matérias da escola acumuladas e é ao que se referia a ligação. Aliás, não vem me ver hoje por isso. Pelo menos é o que diz, o tom da sua voz na linha não demonstrava tanta confiança.
Resolvi respeitar, não pressioná-lo, apesar disso me corroer.
— Já vou. — Papai passa por mim na varanda. Resolvi me sentar com Chris para tomar um pouco de ar puro. Depois desses dias todos saindo e curtindo, pela primeira vez, ficar dentro de casa me deixou sufocada.
— Está bem. — Forço um sorriso quando beija minha cabeça e depois a de Christian.
— Tire essa carinha de preocupação do rosto. Ele está bem, só tem que adiantar o que perdeu da escola.
Assinto.
Espero que seja isso mesmo.
Ele vai em direção ao carro e eu o sigo até que dê partida e suma de vista, desviando da lataria prata para a figura parada no final da rua. Ela me olha, apertando as alças da mochila.
Não me movo, não faço menção de me levantar e sair. Isso a faz tomar coragem para andar em minha direção.
Observo-a bem, os cabelos, agora castanho escuro e sem toda aquela confusão de cor de rosa desbotado e raiz crescendo.
— Podemos conversar? — Pergunta à um fio de voz.
Os olhos estão tão arregalados que parece estar diante um fantasma.
Me afasto nas escadas de madeira, dando espaço para que a mesma se sente ao meu lado.
Lucy encara o chão, as sobrancelhas franzidas como se estivesse em uma luta interna.
Mordisco o lábio superior.
Não posso negar ter sentido sua falta, mesmo que tomada pela amargura de ter sido enganada.
— Ele conseguiu tirar sua identidade. — Murmuro.
Ela me olha confusa.
Indico o cabelo com o queixo.
— Ah...Eu estava com queda capilar. — Explica.
Noto, então, que os fios estão mais curtos, talvez uns três dedos a menos.
Balanço os ombros.
— Talvez tenha me enganado.
— Você não se enganou...quando disse que eu estava me apaixonando. — Começa, baixinho. — Eu o odiava, Ana, não era brincadeira. Até aquele dia em que fomos ao Julie's a primeira vez. Lembra? Você subiu com o bebê, e...eu estava tão puta, sem saber que seria acabaria nos encantos daquele Ken humano quando me beijou.
Então começou ali...
— Mas vocês continuaram brigando. — Franzo o cenho.
— Sim, aquele ditado idiota: "amor e ódio". — Revira os olhos. — Ele é um mala, só fala merda e te magoou. Eu não queria me envolver com alguém assim, principalmente depois da experiência que vivi. Achei que seria o mesmo se fizesse isso, que seria uma traidora de merda. E...olha agora. — Sorri sem vontade.
— Lucy, não me sinto traída por você ter ficado com Theo. Nossas situações são diferentes, você amava seu ex-namorado, eu não. Queria que tivesse me dito, apenas isso.
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Via Internet
Teen FictionAos quinze anos, Ana Julia é só mais uma garota grávida, a qual não planejara a gestação precoce. Abandonada pelo namorado, amigos e a vida a qual considerava a melhor, Ana, se vê só, tendo de lidar com as mudanças físicas e psicológicas, entrando n...