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Eu não consigo parar de olhar para Isaac, e ele deve me achar uma idiota por isso.

Faz dez minutos que chegamos na lanchonete, não tão longe do aeroporto. E eu só consigo ouvir ele e Lucy conversarem, sem saber o que dizer que não me faça parecer ainda mais idiota.

Não quero decepcioná-lo, ele veio por mim, mas é tão difícil com um cara de olhar intenso e sorriso sexy. Toda vez que encara Lucy e sorri com algo que diz, eu sei que ela quer tirar a calcinha bem aqui. Porque eu também quero.

Como Amelie pôde?

— Já decidiram o que vão querer? — O garçom aparece pela segunda vez na mesa. Na primeira pedimos só água, e eu aproveitei esse tempo em silêncio para analisar o cardápio.

Além da salada, não tem nada que possa comer que não piore as cólicas do bebê. Só que eu não vou comer salada porque vomitaria com a primeira garfada. Meu estômago parece retrair.

— Ah, sim! — Lucy se prontifica. — Eu quero tacos, com muito limão, não precisa ter pena, pode exagerar. Onion Rings e também essas batatas com queijo.

Faço uma careta.

Minha azia está chorando nesse momento.

Ouço um riso nasalado, quando olho para Isaac, ele está encarando Lucy com humor.

— E você? — O garçom se volta para ele.

— Peixe e fritas, por favor.

— Isso é tão britânico! — Lucy brinca.

— É a melhor comida do mundo. — Se defende.

— Vai querer limão também? — O garçom revira os olhos, fazendo uma sátira ao pedido de Lucy.

— Não, obrigado.

— E a moça?

Cruzo os dedos por baixo da mesa.

— Só mais uma garrafa de água.

— Não vai comer nada? — A voz de Isaac se demonstra surpresa.

O garçom vai embora.

— Estou amamentando. — Explico.

— Ela tem que seguir uma dieta louca que a médica passou depois que o bebê nasceu. — Acrescenta minha amiga.

— Chris! Onde ele está?

— Está com Theo na casa dele. — Respondo, pela primeira vez, a atenção toda em si.

— Gostaria de conhecê-lo. Vou poder enquanto estiver aqui, não é, Ana Julia? — Esbanje um sorrisinho fofo, inclinando levemente a cabeça para o lado.

— Claro que sim. Mas corre o risco de se apaixonar.

— Ela adora se gabar porque o filho é fofo e eu até apoiaria se ele não fosse a cara do pai. — A garota revira os olhos.

— Ei, você ama o Chris!

— Amo. Mas achei injusto ele ter tudo daquele porco.

— Agora estou mais curioso. Christian se parece tanto assim com o pai dele?

— Não tanto. Lucy está exagerando.

— Como? O cabelo está ficando claro e os olhos também. Não me diga que isso aí são lentes e você está de peruca, porque tudo nele grita Theodore!

— Vocês tem uma foto desse Theodore?

— Tem uma foto dele segurando Chris. Um segundo. — Pego o celular do bolso, abrindo na galeria uma pasta só com as milhares fotos do bebê. Apenas uma delas, pelo menos no meu celular, tem Theo e o filho. Ele está sorrindo para a câmera enquanto o pequeno dorme. Foi um dos dias em que ele ficou com Christian na sua casa.

Via InternetOnde histórias criam vida. Descubra agora