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Às dez da manhã, a campainha toca.

E eu vou praticamente saltitando para atender.

Estou acordada desde às seis.

Levantei, tomei banho, dei banho em Chris e preparei algumas coisas para o café, pela primeira vez em meses.

Avisei ao meu pai que teríamos visita, por isso, ele está com os olhos semicerrados quando passo por ele na sala. Afinal, se fosse Lucy, ou alguém que conheça, eu não estaria tão animada.

Abro a porta e é instantâneo um sorriso ganhar minha boca.

— Bom dia, Ana Julia. — Sorri daquele jeito fofo.

— Bom dia, Isaac.

Ele dá um passo em minha direção e eu não hesito em abraçá-lo. Já entendi que Isaac gosta desse tipo de coisa, e, bem, quem sou eu para reclamar, huh?

Ele está com aquele perfume de ontem. É inevitável aspirar o cheiro na blusa de listras.

Nos afastamos e eu dou espaço para que entre.

Meu pai deixa o jornal de lado quando surgimos na sala.

— Pai, esse é o Isaac. Ele é um amigo. Isaac, Robert.

Isaac estende a mão quando o homem se levanta.

— É um prazer conhecê-lo, senhor Brown.

— Isaac. — Acena com a cabeça, apertando a mão do garoto.

Mordo o lábio, nervosa para o que meu pai vai dizer.

Ele analisa o mesmo com minuciosidade. Típico de um pai protetor quando a filha apresenta um cara.

— Você é Inglês? — Pergunta ao notar o sotaque.

— Sheffield, senhor.

— Me chame apenas de Robert. Como conheceu minha filha?

Isaac me olha, não sabendo se deve responder a verdade. Até porque, nem mesmo eu contei ao meu pai sobre como nos conhecemos.

As palavras fogem da minha garganta com naturalidade.

— Foi no Facebook, pai.

— Facebook? — Levanta uma das sobrancelhas. — Meio perigoso, huh? Veio com seus pais, Isaac?

— Eu vim a estudo e aproveitei para conhecer a Ana.

— Garoto corajoso.

— Pai. — Reviro os olhos.

O mesmo dá de ombros, como se não tivesse dito nada demais, quando na verdade, está tentando intimidar Isaac. Isaac, por outro lado, parece bastante tranquilo. Não sei se realmente está ou consegue esconder bem.

— Venha, Isaac, vamos tomar café. — Dá tapinhas nas costas do garoto, indicando a direção.

Eu vou com eles até certo ponto, desviando minha rota para pegar Chris no berço. Meu filho está acordado, balançando os pezinhos como sempre faz quando está brincando. É uma coisa fofa.

Isaac e meu pai já estão sentados quando chego, no entanto, os olhos castanhos vão direto para o bolinho em meus braços e um sorriso ganha sua boca.

— Não acredito que estou finalmente conhecendo o pequeno filhote de javali. — Ele se levanta e eu ouço meu pai engasgar. — Posso? — Estende os braços.

— Já pegou um bebê antes?

— Não, mas devo ser ótimo com isso.

Eu o entrego o pacote de grandes olhos azuis. Um pouco desajeitado, mas extremamente atencioso, Isaac segura Chris, sorrindo com orgulho para o pequeno que encara o desconhecido com o cenho franzido.

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