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Amelie não é mais minha amiga no Facebook.

As fotos que Isaac tinha com ela em seu perfil foram excluídas e ele não fica on-line há duas semanas.

Mastigo o lábio superior ao olhar mais uma vez nossa última conversa. Ele me perguntou se estava bem e se o bebê estava bem e foi só isso.

É claro que eles brigaram, e tenho me perguntado se é minha culpa. Ele obviamente ficou curioso no outro dia quando disse que ela havia me mandado solicitação de amizade, mas não comentou sobre desde então.

Tentei telefonar. Mandei um:

Ei, tá tudo bem?

Mas nada além disso, por temer parecer invasivo.

Isaac está com problemas com a namorada e a última coisa que espera é ter que lidar com uma garota a quilômetros de distância.

Bem, se eu tivesse um namorado, provavelmente pensaria dessa forma.

— Prontos? — Meu pai aparece na porta do quarto usando uma camiseta e uma bermuda, que é o que pouco o vejo usar.

Vamos levar o pequeno Chris para passear.

É um dia lindo de sol baixo, ótimo para bebês segundo a pediatra de Christian.

Vamos caminhando. Meu pai empurrando o carrinho onde o pequeno dorme tranquilamente e eu com a bolsa pendurada no ombro direito.

As crianças jogam futebol na rua, correndo descalças atrás da bola branca com manchas pretas.

Será que Christian vai gostar disso?

— Você falou com Theo?

Reviro os olhos com a menção do nome.

Desde o dia em que Theodore deu aquele show no jantar, tenho ignorado suas mensagens e trancado a porta de casa, fingindo não escutar quando grita meu nome ou ameaça chamar a polícia caso não o deixe ver o filho.

Sei que é errado, mas ainda estou muito irritada.

Culpei Lucy nos primeiros dias, mas depois compreendi suas intenções.

Theo é um idiota. Duplamente idiota depois de saber que eu "estava saindo com um cara". Quem ele é para opinar ou me proibir? Ele vive com Cacau ao seu encalço e, bem, eu quem não posso me relacionar com outra pessoa porque isso estremece sua paternidade. (?)

Tão preocupado com a vida de terceiros e esquecendo de ser pai.

— Não.

— Você precisa. Ele me disse que vai recorrer à justiça.

Dou de ombros.

— Que tente.

— Theodore é o pai de Christian...

— E eu sou a mãe. A que cuida, que alimenta, que troca fralda, que passa noites acordada porque o bebê está com cólica e que não está nem aí para quem Theo se relaciona ou não.

O mesmo assente, desviando o olhar para Chris.

Não quero parecer grossa, mas estou cansada de tudo que envolve Theo. O combinado a princípio era a pensão ser paga e nada além disso. Agora ele quer mandar na minha vida.

Tsc! Mala.

Tenho mais problemas com o progenitor de Chris do que com ele. Fala sério.

Paramos para nos sentar em um banco de madeira na calçada. Não estamos tão longe de casa, mas é a área mais verde e silenciosa do bairro. Não me lembrava de ser dessa forma, mesmo passando por aqui todos os dias para ir trabalhar.

Via InternetOnde histórias criam vida. Descubra agora