Helena.
#1ano e meio depois= 2 anos e 2 meses de prisão
A quanto tempo eu estou aqui? Quanto tempo falta? Pra onde eu vou se eu sair daqui?
São perguntas que ficam rodando na minha mente, me perdi nas contas dos dias faz muito tempo, parece que estou aqui a uma eternidade. Continuo conversando só com a Carla, e ela continua me ensinando coisas, só que agora é diferente.
A uns dias atrás ela simplesmente disse que eu não precisava mais aprender cálculos, e em vez disso começou a me mostrar composições químicas especificas. Eu já tinha entendido quais formulas eram aquelas, mas deixei ela achar que ela ainda não tinha entendido onde ela queria chegar.
— Você consegue me dizer quais composições são? — são exatamente 15:40 da tarde e estamos dentro da nossa cela, ela sentada na cama e eu no meu colchão. Isso mesmo, eu agora tenho um colchão, não é maravilhoso, mas pra quem não tinha nada... é perfeito.
— Você sabe que eu sei Carla. Onde está querendo chegar com isso? Já faz dias que você esta nessa.
Olho pra ela e vejo quando ela suspira e parece reunir paciência.
— Se você sabe, então me fala. Anda, quais são? — ela insiste e eu de muita má vontade respondo.
— Carbono 9, hidrogênio 13 e nitrogênio. Em fusão de 175c° forma metanfetamina. — Termino de falar e ela me olha com os olhos arregalados.
— Como sabe disso? Não está nos livros. — dou de ombros.
— Sou observadora, não é muito difícil saber essas coisas. Agora me responde você, por que quer que eu saiba?
Carla fecha o caderno e passa as mãos no rosto mais não fala nada.
— Eu sei que as últimas formulas e misturas que você tem me mostrado são pra fabricação. Vai, pode falar, chega de meio-termo.
Depois de dois minutos olhando para o nada ela me olha. — Ok. Eu nunca fui professora, não, já fui sim... mas isso nunca teve haver. Eu tinha uma casa de fabricação junto com meu marido, cozinhávamos cristal para exportação. No início foi ideia dele, queria continuar o legado do irmão que estava preso e tal, então depois de ver a contabilidade das vendas e produções, eu aceitei. Continuei dando aulas de manha e fabricava a noite com ele.
— Então você é traficante?
— Cala boca, deixa eu terminar. A fórmula que o irmão dele tinha era fraca, gastava muitos produtos e não ficava pura, ele queria dinheiro, não qualidade. Eu conversei isso com o Mauro, mas ele não quis mudar, falava que tinha que ser assim e pronto. Eu já tinha pegado a manha do negócio e fiz uma remeça inteira com a minha fórmula. Os compradores ficaram loucos querendo mais e mais, e o Mauro estava feliz achando que era a mesma coisa. — ela dá um suspiro — Quando ele percebeu que o cristal que eu estava fabricando era mais transparente que os outros, ele viu que eu havia mudado e ficou furioso. Me agrediu e me fez engolir uma das pedras.
Vejo cair uma lagrima dos seus olhos, ela rapidamente limpa e olha pra cima.
— Eu estava grávida de 3 meses. A pedra se dissolveu no meu organismo, tive uma overdose e fiquei internada por três semanas, ele nem apareceu la... quando eu sai do hospital fui direto pra casa onde nos fabricávamos e encontrei ele tentando encontrar as minha receitas. — ela dá uma risada curta — Aquele idiota achou que eu tinha anotado, coitado. Quando ele me viu, abriu um sorriso e veio até mim me dando um abraço, achando que eu tinha esquecido o "mal-entendido" segundo ele. Esperei ele virar as costas e peguei duas pedras de meta que estavam na bancada, enfiei uma pelo nariz e vi quando ele teve que aspirar ele para ter que respirar, a outra eu coloquei boca dele e o fiz engolir. Na mesma hora o vi virar os olhos, então peguei uma faca e cortei a garganta dele...
— Mas como a polícia te achou? Ninguém sabia que aquela casa existia.
— Ah sim... Eu entrei em depressão logo no hospital, sempre quis ser mãe sabe. O aborto que eu sofri foi muito sério, tive que fazer uma cirurgia e não poderia mais engravidar... Aquilo acabou comigo. Eu me entreguei para a polícia logo depois de matar ele, joguei o tráfico do cristal nas costas dele e confessei só o assassinato.
Eu ouvi aquilo tudo sem nem piscar, não pelo acontecido, depois de tudo que eu passei, isso já é normal pra mim. Fiquei sem acreditar mesmo foi dela ter se entregado, como pode?!
— Você é louca. — É só o que eu falo e ela ri.
— Vem, vamos lá na Paula. — ela se levanta e coloca o caderno no bolso.
— Pra quê? — Paula, mas conhecida como Paulão da tatto.
— Vou te dar a fórmula do dinheiro minha querida, vou gravar pra sempre em você.
Sem dizer nada eu a segui pelos corredores da ala 3 até a cela 52. Paula estava fazendo flexões quando chegamos.
— Tenho um trabalho pra você Paulão. Dos grandes...
Bom, espero que tenham gostado de conhecer a história da Carla.
Mauro filho da puta, bem feito.
Não esquece de me deixar uma estrelinhaaaa
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Mente Criminosa
Fanfiction🎶Redescobrindo meu eu, eu perguntei para Deus Porque me deu o livre arbítrio de escolher o que é meu Porque o senhor me escolheu? Se quem tinha que escolher era eu Se carregava ou não o fardo de ter que ser um dos seus Não sou rosa, não sou pura Nã...