Capítulo 13

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Júnior- SORRISO

— Seu filho da puta.

Continuo dando socos na cara dele que já está ficando inconsciente, mas eu não paro, preciso aliviar a raiva.

Escuto a porta abrindo e alguém me puxando com força pelos braços.

— Chega porra. Se ele morrer, aí é que você não recebe mesmo. — é a voz do L7, o maluco tem sido um amigo e tanto, ta sempre comigo, caladão e na dele, mas é sangue bom.

Ele me tira de dentro da casa a força e só quando estamos na rua ele me larga.

— Qual foi Sorriso, tu tá explosivo de mais parceiro, dá uma acalmada aí mano. Quê que ta pegando?

O que ta pegando? Passo as mãos na cabeça, nervoso pra caralho. Só ando assim ultimamente, não da pra evitar. Eu to sem rumo e não sei o que fazer, não sei como ajudar ela, não sei como tirar ela de lá, não posso ligar e nem visitar. Então o que tá pegando é que eu tô na merda, afogado e não sei como sair dela.

— Tem nada não mano, tô indo nessa. — Deixo ele lá parado me olhando e viro as costas subindo a rua.

Faz um tempo que eu subi de cargo e peguei a gerência da boca 9, to fazendo um trabalho bonito po, a grana tá entrando e o chefe ta feliz. Minha coroa não ficou tão feliz não, no começo eu entrei nessa vida pra ajudar ela e falei que ia ser por pouco tempo, o problema e que entrar é muito fácil, sair é que é difícil.

Entro em casa indo direto pro meu quarto, depois de jogar uma água no corpo eu me deito na cama pensando... Eu poderia pedir pra minha coroa fazer uma visita pra ela, mas eu nunca iria submeter minha mãe a humilhação que é pra entrar lá.

A três dias eu falei com uma advogada que fazia uns corre pros parceiro aí, falei a situação pra ela e ela me explicou que a situação da Helena era um pouco mais complicada.

... — Júnior, a Helena não tem família, nunca teve documentos, os únicos registros legais que ela já teve na vida foi a certidão de nascimento, a matrícula de entrada na Febem e na prisão. Esses dois sem intervalo de liberdade entre eles, são três homicídios nas costas, dois deles de policiais e um da própria mãe. E mesmo você me dizendo que foi legitima defesa e que eu acredito com toda certeza, nós não temos provas, nada, nem uma testemunha sequer. Eu posso tentar uma nova audiência, mas não garanto nada.

E desde essa conversa eu estou mais nervoso do que nunca, a ansiedade ta me matando, preciso de notícias.

Estou quase pegando no sono quando o meu radinho começa a apitar, foi só o tempo de eu me virar e pegar para começar o barulho de fogos.

— CARALHO SORRISO, CADÊ VOCÊ SEU ARROMBADO?

— To indo porra, quem ta subindo? — respondo para o cobra.

— SUBINDO? ESSES PAU NO CU NÃO VÃO SUBIR NÃO, VÃO VOLTAR LA DE BAIXO MESMO. VEM LOGO SEU FILHO DA PUTA.

Nem respondo mais nada, já saio de casa com o fuzil na mão e a pistola na cintura.

— Deus te acompanhe meu filho. — Me viro e vejo minha mãe me olhando com os olhos cheios de lagrimas... É foda.
Fui até ela e dei um beijo na testa.
— Fica tranquila coroa, já já eu volto.

Saio da minha rua descendo a principal e avisto o Cobra de frente com os vapor tudo atrás dele, L7 esta chegando junto comigo e me deu um aceno com a cabeça. Assim que nos vê chegando, o Cobra dá uma olhada na nossa cara e eu só queria rir, mas me controlei po, tenho amor a minha vida.

Descemos a rua e os moleque da contenção estavam barrando um grupo de soldados que tentavam passar, Cobra só tirou o fuzil das costas e olhou pra mim e pro L7.

— TÃO DORMINDO PORRA? BORA BORA

Caralho mane, o chefe pra nervoso em. Começamos a descer o morro e eu já com o pé atrás por não ter tiro nem nada. Paro ao lado do Cobra na barreira e logo em seguida vem o infeliz do Adão.

— Mas é um pau no cu mesmo né, seu arrombado. Ta fazendo o que aqui? — Cobra fala puto da vida abaixando o fuzil. 

— Qual foi, pera ai parceiro. Vim em paz, vai pra guerra?

— Guerra do teu cu, chega assim na calada cheio de macho porra. Quer morrer me fala, passa logo vai. — os moleque dão passagem pra ele e Adão entra no morro fazendo toque com o Cobra. Adão é chefe do Jacarezinho, parceiro aqui do Alemão.

— Ai mano, será que a gente pode trocar uma ideia? Coisa seria.

Cobra confirma e vai andando a caminho da Boca, eu e L7 vamos atrás fazendo sua segurança porque a gente tem que desconfiar até da sombra.

Ele entra na salinha e manda eu entrar junto. Fecho a porta e fico em pé enquanto eles se sentam.

— Manda o papo.

— Você sabe que minha patroa tá no privado né, faz 3 anos. Tem volta pra ela nem tão cedo mano, pegou 30 anos de cadeia e eu tô maluco aqui fora pensando em como ela ta lá.

— E o que eu tenho com isso cara? — Cobra já tava puto 

— Quero ajuda pra tirar ela de lá. Pago o que você quiser, mas eu preciso de ajuda parceiro. — o cara já tava quase chorando mano.

Cobra passa a mão na cabeça e suspira, ele me olha e eu dou de ombros pra ele.

— Onde ela ta?

— Bangu.

Faltou pouco pra eu desmaiar, muito pouco. Minha perna ficou mole, meu coração falhou uma batida e eu puxei a cadeira pra me sentar. Não da pra acreditar.

— Eu vou com você! — falei sem pensar.

E ai galerinha, esse capítulo estava pronto a bastante tempo, não postei pq tava sem criatividade pra terminar e tal.

Mas aqui estou eu outra vez, bora logo e me dá uma estrelinha 🤸‍♀️🤸‍♀️

Mente CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora