HelenaQuando acordei naquela cama, sento meu corpo dolorido, mas não como antes. Olhei para os lados vi que tinham outras pessoas deitadas ali também e umas enfermeiras cuidando delas. Me sentei na cama e vi a médica loirinha que me atendeu ontem, vindo na minha direção.
— Como está se sentindo? — ela pergunta assim que para na minha frente com as mãos no bolso do jaleco.
— Bem! Eu ainda estou no alemão? — pergunto preocupada.
— Claro, estamos no posto de saúde. Está sentindo alguma dor? — Eu suspiro aliviada e na hora me vem o Júnior na cabeça.
— Cadê o Júnior? — me levanto da cama e sinto uma tontura me fazendo cambalear pra frente, mas a doutora segura.
— Você tem que ir com calma, ainda está se recuperando da perda de sangue. — ela me ajuda a ficar de pé com o maior cuidado — Tem umas roupas ali pra você se trocar.
Só então percebo que ainda estou com a mesma calça que agora está rasgada na altura da coxa dando a visão dela enfaixada, e a mesma camisa que já foi branca um dia, mas agora esta completamente suja e grudada no meu corpo.
A loirinha me estende umas roupas e me mostra o banheiro pequeno dentro do quarto.
— Não tenho toalhas pra te dar, aqui é tudo muito racionado. Mas pode se trocar que eu vou te dar alta logo em seguida.
— Sem problemas. — respondo e ela se vira, eu entro no banheiro e tiro rápido as roupas sujas tentando me limpar como dá, jogo tudo na lata de lixo e lavo meu rosto na pia. Pego as roupas limpas e visto o short larguinho e a camisa rosa.
Me sinto estranha quando olho no espelho, a cor é alegre demais pro meu gosto e o short é menor do que estou acostumada.
Saio do banheiro torcendo pra sair logo desse lugar e encontrar o sorriso. Volto para o quarto e vejo a doutora cuidando de uma senhora que está deitada ao lado de onde eu estava antes. A loirinha me olha por cima do ombro como se sentisse que eu estava olhando e me dá um sorrisinho tímido.
Espero ela terminar com a coroa e vir até mim com uns papéis na mão.
— Rosa combina com você — ela ri e me olha de cima a baixo.
— Você pode ligar ou mandar alguém avisar pro sorriso vir me buscar? — pergunto seria.
— Ah, claro, eu já fiz isso. Ele está esperando você lá fora — me viro na mesma hora e saio do quarto sem esperar mais. — Calma, espera ai Helena. — ela vem atrás de mim, mas eu não espero e continuo andando pelo pequeno corredor, quando vou passar pela porta sinto a mão delicada dela no meu braço — Espera. — ela repete e eu me viro. — Toma a receita, você precisa tomara esses remédios ou os machucados vão demorara a cicatrizar.
Ela me entrega duas folhas e eu olhos os nomes e indicações anotados ali, logo no final da segunda receita tinha um número de celular e eu olho pra ela com a sobrancelha erguida.
— O número também faz parte? — pergunto com a voz baixa e ela passa a mão no cabelo liso e cumprido e põem a mão no bolso em seguida. — É... se você sentir alguma coisa e precisar e de ajuda, pode me ligar. Qualquer hora... — ela responde com um sorrisinho e eu concordo com a cabeça.
— Valew. — Então me viro e saio na recepção olhando por todos os lados e vejo várias pessoas, menos o Júnior.
Vou em direção à saída e passo pelo portão do postinho, começo a anda e logo escuto um grito — Oh mandada, vai pra onde sem mim? — me viro dando de cara com o preto sem vergonha e com um sorriso que quase rasga o rosto.
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Mente Criminosa
Hayran Kurgu🎶Redescobrindo meu eu, eu perguntei para Deus Porque me deu o livre arbítrio de escolher o que é meu Porque o senhor me escolheu? Se quem tinha que escolher era eu Se carregava ou não o fardo de ter que ser um dos seus Não sou rosa, não sou pura Nã...