Helena
O carro me leva até uma certa distância e assim que saio dele sinto um turbilhão dentro de mim. São muitas pessoas andando pra lá e pra cá como se estivessem todos com pressa, tantas lojas e barracas de rua vendendo todo tipo de coisa, são tantos cheiros diferentes que fico tonta.
Passo por entre as pessoas olhando todas aquelas coisas, tento andar por um canto com menos acúmulo de pessoas para não ter tanto contato e sigo em frente.
Vou de rua em rua e o movimento vai diminuindo até que poucas pessoas passam por mim.
— O que eu faço agora? — sento em uma calçada e relaxo um pouco as pernas sentindo uma fisgada.
Depois de alguns minutos ali sentada, vejo uma menina baixinha descendo a rua. Eu me levanto sentindo um pouco de dor e vou até ela.
— Licença, você por acaso conhece um rapaz chamado júnior?
Ela me olha de cima a baixo. — Tem que ser mais específica mona.
— Sorriso, um cara moreno, ele...
— Ahhhhh po, o Sorriso. Sobe essa rua até vê um bar azul e depois vira na terceira a direita. Ai você pergunta qualquer um dos muleque lá que vão te falar onde ele ta agora.
Ela saiu andando sem nem esperar. Dou um suspiro e continuo, quanto mais eu subia as ruas, mais o caminho ficava estranho. Avisto o tal bar azul e junto com ele eu vejo dois garotos vindo na minha direção com armas enormes atravessadas no corpo, tenho certeza que eles não têm nem 16 anos completos.
Finjo que nem vi e olho para frente, isso deve ser normal por aqui já que estão tão tranquilos. Me aproximo da primeira rua que mais parece um beco de tão estreito, mas por incrível que pareça tinha um cara passando com uma moto lá.
De repente eu escuto fogos, três fogos estourando bem perto daqui, e logo em seguida os barulhos que eu nunca mais queria ouvir outra vez.
Pessoas passam correndo por mim, gritando e se escondendo e eu entro em desespero, entro no beco a minha frente e corro o máximo que eu posso sentindo minha perna queimar. — Não vou deixar eles me pegarem de novo.
Me escondo atrás de um carro grande sem rodas que estava parado no final do beco, uma senhora vem correndo quase caindo e se abaixa do meu lado rezando ou seila o que, ela fala algumas coisas sussurrando e pedindo proteção pra alguém.
De onde estamos eu consigo ver muitos homens correndo com armas na mão, gritando e atirando sem parar.
— O que ta acontecendo? — Eu pergunto olhando para a senhora ao meu lado
— Operação da polícia, minha filha. — Ela me olha como se eu tivesse saído de uma caverna.
— Desculpa, é a primeira vez que eu vejo isso.
— Então reza comigo criança, reza pra ser a última. — Ela puxa minha mão e começa a sussurrar outra vez — Eu devia ter ficado em casa meu Deus. — choraminga.
Um garoto aparece andando de costas pra nossa direção e atirando, só que ele não esperava o policial que estava do outro lado bem na direção dele. O tiro pegou na lateral da sua cabeça, ele caiu imediatamente com a mão ainda na arma. A senhora deu um grito e começou a rezar mais alto na mesma hora. O menino devia ser adolescente ainda, mas eles nem ligam pra isso.
Eu espero o filho da puta virar as costas e me arrasto até o corpo, o menino ainda está com os olhos abertos e deitado numa piscina do próprio sangue. Eu tiro o cinto da arma do pescoço dele com cuidado e puxo para mim. — Não vou deixar eles me pegarem, prefiro morrer antes disso acontecer.
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Mente Criminosa
Fanfic🎶Redescobrindo meu eu, eu perguntei para Deus Porque me deu o livre arbítrio de escolher o que é meu Porque o senhor me escolheu? Se quem tinha que escolher era eu Se carregava ou não o fardo de ter que ser um dos seus Não sou rosa, não sou pura Nã...