Helena.
Dizem que mães são anjos que tem o dom de dar a vida, leoas que protegem suas crias. Quem disse isso? Me mostra onde tá o filho da puta que disse isso.
Porque a minha vontade é achar esse maluco e mostrar pra ele que a vida não é flores não...
Eu não conheço o amor, não conheço o bem. Eu nasci no caos e fui criada nele, eu renasci e me refiz várias vezes, se existe algo, além disso? Eu não sei, e acho que nunca vou saber.
Eu não conheci o meu pai, e a minha "mãe" era uma prostituta viciada. Vivi com ela até os meus 12 anos, que foram o começo do meu inferno pessoal.
Marta era bonita, pelo menos nas fotos espalhadas pelo quarto parecia. Ela devia ter uns 18 anos quando engravidou de mim, e não deixou passar um dia se quer em que não me lembrasse de que tentou me abortar várias vezes, e que se não fosse pelo meu pai ela teria conseguido.Nos duas morávamos em um quarto com banheiro atrás do puteiro com ela trabalhava, e era nesse mesmo quarto onde ela me entregava para os homens que pagavam mais.
Eu lembro do primeiro deles, eu devia ter 7 anos, Marta estava reclamando que não conseguia mais trabalhos como antes, que eu tinha estragado o corpo maravilhoso dela e que eu teria que recompensar ela de algum jeito.
Estava de noite, eu estava deitada no meu lençol no chão do quarto quando ela entrou com um homem gordo e feio, minha mãe estava com um sorriso no rosto e veio andando na minha direção, agarrando o meu braço e me fazendo levantar.Eu já estava esperando pela surra que já era rotina, mas essa não veio. Marta só me olhou e disse com um sorriso no rosto que mas a fazia parecer o coringa.
— seja uma boa garota.
Na hora eu não entendi, mas ela me jogou na cama dela e caminhou pra fora do quarto antes parando na frente do homem e pegando um bolinho de dinheiro, então se virou e sorriu ainda mais como se fosse possível.
Naquela noite eu soube o que era dor de verdade, aquele homem me estuprou de todas as formas possíveis, ele me lambia e dizia coisas que eu não queria escutar. Eu gritava tanto que era impossível alguém não ter me ouvido, mas ninguém me ajudou, ninguém tirou ele de cima de mim, ninguém me ouviu.
Lembro que em certo momento eu apaguei, desmaiei de tanta dor, mas talvez fosse melhor que eu tivesse morrido ali mesmo. Depois desse dia ele voltou outras vezes, não só ele como outros homens, sempre davam dinheiro para minha mãe e ela saia do quarto, me deixando sozinha.
No começo eu gritava e pedia ajuda, mas com o passar do tempo eu sabia que ela não ia me ajudar, então parei de gritar e só chorava baixinho esperando que aquilo acabasse logo.No dia do meu aniversário de 12 anos eu estava no quarto como sempre esperando Marta entrar, e como sempre ela trouxe um homem com ela. Esse era mais velho que os outros que já tinham vindo, e deu mais dinheiro do que o normal. Ele entrou no quarto e foi em direção à cômoda, tirou uma arma da cintura e colocou ela ali em cima. Eu sabia o que era uma arma, eu vivia em um bordel, o que mais tem aqui são armas.
Marta saiu do quarto como sempre fazia para esperar do lado de fora, e o homem veio na minha direção. Eu já sabia o que tinha que fazer, me levantar, tirar a roupa, chupar o pau dele e então me deitar de novo na cama e esperar até ele gozar. Mais eu não queria fazer mais isso, estava cansada, eu queria que isso acabasse logo.
Eu olhei pro homem e ele estava ao lado da cama tirando os sapatos e a camisa, eu estava em pé de frente pra ele a 5 passos da cômoda. Só 5 malditos passos para o meu alívio, em fim.
O homem se abaixou para tirar a calça e eu corri em direção à arma, eu a peguei, olhei e sorri. Em fim isso vai acabar, eu pensei.Mas eu me assustei com o cara vindo na minha direção gritando comigo, então eu apertei o gatilho por extinto. O barulho foi tão alto que eu soltei a arma que caiu no chão junto com o corpo do homem na minha frente. A bala tinha acertado o peito dele, eu estava tão assustada que não percebi quando minha mãe entrou no quarto e começou a gritar e se desesperar.
Ela me puxou pelo cabelo me arrastando pelo quarto e me jogando conta a parede, os olhos dela estavam vermelhos e ela tremia ao gritar comigo, eu conhecia esse estado, ela estava chapada. Marta gritava e me dava socos quando Paulo entrou no quarto correndo querendo saber quem tinha disparado uma arma, ele era o chefe da minha mãe é também já tinha me usado algumas vezes.
— Marta você tem que sair daqui, a polícia tá vindo porra. Os caras ouviram o tiro e foi a maior confusão lá dentro. — ele falou alto tentando tirar ela de cima de mim.
— Eu vou matar essa piranha primeiro, depois eu saio. — ela disse e começou a me chutar.
— você acabou com a minha vida porra.Ela gritava e eu gritava junto pedindo pra ela parar, eu ouvia o barulho das sirenes ficando mais altas e Paulo já nem estava mais ali, tinha fugido.
Marta parou a surra por um momento pra pegar um pedaço de madeira que ela guardava atrás da porta, me batia com ele às vezes quando ficava cansada de usar as mãos. Eu consegui me arrastar até o corpo morto e peguei a arma que estava ao lado dele. Chega disso!
Eu me virei pra ela e puxei o gatilho até descarregar a arma toda. A cada tiro eu gritava e as lágrimas deviam, então a porta abriu e um policial entrou.— Ei, garotinha, abaixa a arma. — eu estava imóvel, ajoelhada no chão e nem olhei pra ele.
Joguei a arma no chão e chorei, sentindo dores no corpo e na mente.
Vi mais três policiais entrarem no quarto e um deles me segurou, me levantando e me levando pra fora daquele inferno. Por um momento eu tive a sensação de estar livre, mas dias depois eu percebi que essa palavra nunca seria conhecida por mim.Espero que tenham gostado do início.
Podem me mandar dicas de escrita ou de continuação, vou adorar conversar com vocês.Segue lá @freirefics
⭐⭐Clica na ESTRELINHA e compartilha a história. ⭐⭐
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mente Criminosa
Fiksi Penggemar🎶Redescobrindo meu eu, eu perguntei para Deus Porque me deu o livre arbítrio de escolher o que é meu Porque o senhor me escolheu? Se quem tinha que escolher era eu Se carregava ou não o fardo de ter que ser um dos seus Não sou rosa, não sou pura Nã...