Capitulo 22

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Vitória White

Aquela "rapidinha" citada por Henrique aconteceu horas depois, mas com Ricardo, foi algo causal, o acordo era um dia, mas acabou que estamos curtindo o tempo.

Pelo menos pelo o que eu entendi, não falei direito com Ana nem com as meninas, só avisei que estava tudo bem e que elas não precisavam se preocupar, as palavras de Daniele ecoavam em minha mente "você não dorme e só bebe".

O que o deixaria assim? E porque ele está deixando se abalar? Tudo bem que um filho não é pouca coisa não.

- Consigo ouvir o martelar dos seus pensamentos - Ricardo fala em um tom brincalhão.

- Desculpe - falo e ele me olha por alguns segundos.

Realmente não sei o que está acontecendo entre a gente, mas não posso negar que gosto.

- Não se desculpe - ele fala e coloca a mão na minha coxa, apertando.

Passamos alguns minutos em um silêncio intenso até que ele o quebrou.

- Vamos para uma casa minha, lá tem algumas pessoas que eu já pedi para sair, mas não aceitaram, eles não são as melhores pessoas, se for necessário... atire para matar - ele fala.

- E o que faremos? - pergunto receosa.

- Você? - ele pergunta e eu confirmo com a cabeça - você não precisa fazer nada, só quero que fique ao meu lado.

Ele fala de uma forma estranhamente carinhosa.

- Não vou atirar em ninguém em hipótese nenhuma - falo.

- Tudo bem, então, só preciso que você mostre a arma - ele fala e para o carro quando chegamos ao destino final.

Antes de descermos do carro, ambos pegamos as armas e olhamos se estavam realmente carregadas, a minha arma de sempre, era prata, mas hoje eu usava uma preta, que não tinha tanta graça igual a minha.

Ele desceu e entrou na casa, logo depois eu desci e me encostei no capô, esperando por um momento.

Olhei para o seu e naquela noite em especial não tinham estrelas no céu.

- Vitória? - um senhor de idade pergunta.

- sim? - respondi e vejo que ele parecia bêbado.

Antes mesmo que ele respondesse, ele desmaiou, ainda segurando a arma, tentei segurá-lo para que ele não batesse com a cabeça.

Uma mulher também de idade andou até mim e segurou o homem, que parecia ser o seu marido, ela não dirigiu uma palavra sequer para mim, mas me olhava com desprezo.

- Vamos Vitória - Ricardo fala enquanto entra no carro.

Entrei no carro e encarei Ricardo que me olhava sério.

- Nunca mais participarei disso - falo e guardo a arma.

Não sabia exatamente o que Ricardo foi fazer naquela casa, mas eu não participaria daquilo outra vez.

Ricardo me trouxe e eu desci do carro sem dizer uma palavra sequer.

- Anaaaaa - falei puxado enquanto entrava no meu apartamento.

- Vitóriaaaaa - ela gritou do quarto e eu não pude deixar de rir.

Caminhei até o quarto da mesma e a encontrei deitada apenas com a cabeça sem estar coberta.

- Quem é vivo sempre aparece - ela fala e estica os braços me chamando para um abraço.

Tirei o salto, subi na cama e a abracei, fiquei um tempo ali pousando a cabeça em seu ombro até que ela começou a falar feito uma matraca doida.

Acaso perigoso - livro 1 da série: Os MendonçaOnde histórias criam vida. Descubra agora