Para Jimin já havia tornado costumeira a mania de se remexer na cama quando tudo que precisava fazer era se levantar. No entanto, seu corpo reagia retentivo refletido sobre a inquietação de sua mente, desnorteado em receios e inseguranças que o perseguiam já desde os primeiros minutos de sobriedade.
O ato de se casar havia se revelado ser muito mais do que ter alguém para eternamente amar e acompanhar, era como uma nova vida que apesar de não mais solitária, ainda tendia a parecer vazia.
Jimin já tinha tudo.
Taemin havia lhe dado tudo!
Tudo que o rapaz precisava fazer, era se esforçar para manter a vida que lhe fora dada, mas porque por vezes se pegava tão absorto? Sentindo-se tão vago no meio de toda aquela imensidão que o marido era e lhe oferecia?
A confusão de ter todo um cronograma mental montado desde o início do dia até o final, mas ainda se sentir vazio, como se independente de quantas coisas tivesse de fazer ou tantas outras conseguisse efetuar, ainda não fossem nada; não valessem nada.
Firmava um olhar opaco contra a madeira da porta que dava à suíte do quarto. Sabia para onde deveria ir e o que deveria fazer, mas não sabia se queria mesmo ou se era mesmo certo; se estava mesmo fazendo o certo.
Eram duas pessoas individuais que juntas firmaram um contrato civil e religioso que os uniam como um só, mas não se lembrava de em nenhuma cláusula notar que os desejos de Lee deveriam ser postos sempre como prioridade.
Mas quando virava para o lado e encontrava o outro corpo adormecido a certa distância do seu, concluía que talvez viver em função dos desejos do outro, fosse também o suficiente para sua própria felicidade. Afinal, a felicidade de um deveria ser a do outro, e o rapaz tinha simples e claro o quanto o sorriso do marido lhe fazia bem.
Assim, no instante seguinte lá estava o Park, sentindo-se um egoísta quando olhando em volta ainda sob o conforto quentinho do cobertor, se sentiu um ingrato por em algum momento pensar em virar-se contra o próprio marido que lhe dava tudo mesmo com suas imperfeições.
E foi assim que um novo ano veio após outro e mais outro até que não tivesse controle algum sobre a própria vida, seguindo apenas aquilo que lhe era escolhido e mandado. Até que o rapaz simplesmente não tivesse noção sobre seus gostos e vontades; desgostos e desprazeres; sonhos e metas.
Até que vivesse apenas na base daquilo que achasse que gostariam que ele escolhesse e fizesse.
Até que viver fosse servir.
As pessoas sempre vendem a ideia de constante entrega para um bom futuro retorno. Mas para Jimin aquela tese somente fez criar monstros que o perseguiam dia após dia.
Agora, mesmo depois de pedir o divórcio e estar consideravelmente separado, retorno nenhum tivera além das frustrações de simplesmente não saber quem era ou o que queria ser ou ter.
Não sabia distinguir o que realmente gostaria de vestir, do que achava que os outros gostariam de vê-lo usando; não sabia que tipo de penteado usar entre o que seria confortável e o que seria atrativo a terceiros. Pensou então que talvez uma coisa levasse a outra afinal. Quer dizer, a ideia de estar aceitável perante outros olhares, lhe parecia confortável, mas, estava mesmo certo?
Agora, Jimin estava na área aberta de um restaurante o qual ele e Yoongi escolheram juntos pelo aroma gostoso que os chamou de longe e pelo espaço bem arejado e de livre acesso para Boris que apesar de igual empolgado com o cheiro que sentia, se contentou com os petiscos apropriados que recebia do Min.
O lugar era lindo, a decoração florida entrando em perfeita harmonia com a localização tão próxima do parque botânico turístico da cidade que de tão extenso, ainda fazia vista para onde estavam, lhes dando o confortável vislumbre de música ao vivo feita por artistas iniciantes a fim de expor sua arte para além das câmeras como vinha sendo costume fazer ultimamente.
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Sofisma || Yoonmin
Fanfiction[CONCLUÍDA] Estamos em constante negação a relações rasas. Mas relacionamentos fundos demais tendem a ser tão assustadores quanto. Jimin pensou que se casando tudo ficaria bem, no entanto, ao invés de ser acolhido por águas tranquilas, se sentia ca...