Visita

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— É inacreditável, não é? — Jimin comentou, talvez pela décima vez naquela mesma manhã.

Assim que acordou, a primeira coisa que fizera foi procurar pelos documentos do divórcio para averiguar se tudo não havia passado de um sonho e se a assinatura do Lee estava mesmo ali. Em adendo, repetia sussurrado o próprio nome e sobrenome para si mesmo como quem tenta se convencer de que tudo aquilo era mesmo real, e que agora era novamente Park Jimin.

Igualmente feliz mas ainda mais bobo pela cena, Yoongi se aproximou sorrateiro, contornando a cintura desnuda num abraço, selando o ombro do Park posteriormente.

— Vai acabar deteriorando o papel de tanto olhar, anjo. — brincou.

— Nem fale uma coisa dessas. Já foi tão difícil conseguir uma assinatura, não acho que eu teria essa sorte novamente. Taemin nunca foi tão bondoso. — Resfolegou; os olhinhos brilhando e jamais se afastando da folha assinada.

— A melhor forma de atestar a veracidade de um sonho é vivê-lo. — sugeriu Yoongi, numa nova tentativa de conseguir a atenção do loirinho que possuía o lábio preso numa mordida para quem sabe conseguir conter o sorriso tão largo que não lhe abandonava a face por nada, e o fato de ter sua mão tão ternamente selada por Yoongi só fazia sustentá-lo ainda mais.

— Hm, tem razão. — Deixou-se envolver. — Mas por onde eu deveria começar? — Fazendo-se de desentendido, foi agora ele a partir para cima do Min, subindo vagaroso no corpo alheio que deitava-se novamente completamente rendido.

— Eu tenho uma boa sugestão. — Pegando Jimin desprevenido, Yoongi segurou-lhe a cintura e posteriormente a coxa, usando os cotovelos como auxílio para conseguir inverter as posições e assim se colocar sobre o Park que reagira bem como o homem amava, ressoando a gargalhada gostosa que somente ele possuía.

E apesar de achar Jimin extremamente adorável sorrindo daquela maneira, não resistiu à tentação de interrompê-lo com um beijo simplório, mas demorado num tanto da medida da saudade que sentia dos lábios cheinhos.

— Meus pais vão me matar quando souberem. — Jimin comentou ainda rindo, apesar de carregar imensa preocupação sobre aquilo.

— Ainda não contou a eles?

Jimin negou.

— Sempre que tento conversar adequadamente para explicar como estão as coisas para quem sabe fazê-los entender que não tem mais volta, entramos em uma discussão sem fim. É como se entrasse por um ouvido e rapidamente saísse pelo outro. — explicou com pesar, buscando distrair-se brincando com a correntinha delicada pendurada no pescoço do Min.

— Eles sabem sobre as agressões?

— Eu já cheguei a comentar que brigávamos, e que algumas discussões eram um pouco... Sérias. Mas éramos casados, hyung. E além disso, somos dois homens. Então minhas lamúrias perderam completamente a credibilidade para eles.

— Que filhos de put- Oh, perdão! — Corrigiu-se apressadamente, na medida em que notava Jimin torcer a expressão abaixo de si.

— Eu não os julgo. Eu mesmo me negligenciei por anos preso em estereótipos, com vergonha de mim mesmo e da minha situação.

— Mas são seus pais. Eles não tem que esperar entender nada para salvar o próprio filho de sofrer agressão.

— Hyung...

— Okay, me desculpe.

— Tudo bem, você tem razão, afinal. — Suspirou pesaroso.

— Eu sei. Só pedi desculpas por educação. Mas acho seus pais uns babacas. — Admitiu traquino, beijando rápido a testa de Jimin com a mesma velocidade que usou para se afastar antes que fosse estapeado.

Sofisma || YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora