Diferente da noite tortuosa que tivera, a manhã de Jimin começou tão radiante quanto o sol que despontava lá fora, transbordando toda sua luz por seus raios solares refletidos na janela de cortinas abertas.
O quarto agora estava tão claro quanto o semblante de Jimin que sorria largo em toda sua euforia do início daquele dia.
Depois de tantas semanas, o rapaz finalmente sentia-se confortável em olhar para seu reflexo no espelho quando seu rosto já não possuía mais lá tantas marcas além da leve cicatriz no final de sua sobrancelha; nada que não fosse sumir com um prazo pouquinho maior de tempo, ainda assim, não infligindo em nada a auto estima do rapaz que naquele dia em especial deu sinais de ainda existir.
Enquanto passava seus cremes hidratantes, sentiu-se feliz por não depender mais tanto de maquiagens como antes. Claro que a vontade de esconder certas imperfeições ainda existia, mas naquele momento elas parecem não ter valor algum quando Jimin sentia-se bem por simplesmente estar livre das marcas do pesadelo que vivera semanas atrás.
E agora, enquanto tinha certa dificuldade para vestir-se, ficou ainda mais aliviado pela ideia de se livrar daquela tipóia que como um dos traços mais vívidos do trauma que sofreu, vinha sendo o maior empecilho na sua tentativa de seguir em frente seja qual fosse o caminho que escolhesse.
Depois de todo o tempo que teve para pensar, o rapaz mentiria se dissesse que já tinha a resposta para todas as questões de sua vida, mas também ter um braço imobilizado apenas atrasa o percurso das coisas que já não corriam assim tão naturais. Quer dizer, não adiantaria Jimin continuar tentando evitar o mundo lá fora. Em algum momento as reações e consequências das ações e acontecimentos passados inevitavelmente iriam bater à sua porta e ele precisaria agir mesmo que não fizesse assim tanta ideia de como.
Enquanto dava um curto giro no centro do quarto de frente para à porta do guarda-roupas espelhado do Kim, Jimin ouviu seu celular tocar sobre a cama e de longe pôde enxergar a foto do Min, contribuindo para toda euforia de Jimin que apenas capturou rápido o aparelho e se despontou para fora do quarto.
— Atrapalho? — perguntou Jimin saltitante e de sorriso largo no rosto ao adentrar a sala.
Em contrapartida, os dois já presentes no cômodo foram rápidos em desviar os olhares antes perigosamente conectados.
— Precisa de alguma coisa, Chim? Eu posso preparar — Taehyung ofereceu ao reagir rápido se levantando.
— Não, não. Estou bem. Yoongi está subindo e vim recebê-lo — avisou olhando de relance para a mensagem de Yoongi em seu celular. E bastou bloquear a tela do aparelho e atirá-lo no sofá para ouvir a campainha tocar.
Tão empolgado quanto antes, Jimin foi rápido em abrir a porta e sustentar um sorriso bonito a Yoongi que sorriu igual ao corresponder as ações de Jimin que se prontificou em agarrar-lhe num abraço; o impulso usado sendo capaz de afastar seus pés do chão enquanto Yoongi o abraçava no ar até lembrar-se da tipoia que mantinha certa distância entre seus corpos.
Sendo assim, Yoongi tratou de logo soltar o Park que teve que se contentar com apenas um carinho breve na bochecha.
— Está pronto? — Ouviu o grave da voz de Yoongi proferir. Assim, assentiu diversas vezes, entusiasmado.
— Onde vão? — indagou Taehyung desconfiado no centro da sala. Yoongi aproveitou o momento para lançar um aceno em cumprimento para o mais novo ali presente logo ao lado do Kim.
— Tenho consulta marcada para hoje, esqueceu? Hoje me livro dessa coisa. — Apontou para a tipóia que cobria seu braço esquerdo.
— Droga, eu havia me esquecido — martirizou-se. — Mas não quer que eu te leve? Me arrumo num instante — ofereceu se aproximando dos outros dois na porta.
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Sofisma || Yoonmin
Fanfiction[CONCLUÍDA] Estamos em constante negação a relações rasas. Mas relacionamentos fundos demais tendem a ser tão assustadores quanto. Jimin pensou que se casando tudo ficaria bem, no entanto, ao invés de ser acolhido por águas tranquilas, se sentia ca...