CAPITULO 73 - DEIXE DE ME AMAR

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As próximas horas foram longas o suficiente para que Anahí fosse informada de forma detalhada sobre o que fazer, que vôo tomar, quais cuidados possuir e acima de tudo, para qual endereço seguir, em quem confiar e como agir caso alguém a barrasse ou a questionasse no aeroporto. Assim que ela chegasse nos Estados Unidos, Jonh ligaria novamente, mantendo contato a cada 40 minutos, pronto para buscá-la no aeroporto mais perto que existia da vila na qual ficariam.

As horas da cansativa e necessária viagem de carro não deixaram apenas Dulce e Christopher cansados e nervosos. Fernanda também estava exausta. Todos os últimos acontecimentos pareciam estar em alto relevo em seu rosto bonito. Lucas chorava sem parar, sentindo a ausência do pai, frio e talvez um pouco de medo, por mais que fosse pequenino demais para entender o que se passava. 

O local escolhido por um Jonh cansado, mas alerta e sério, era um pequeno chalé de dois andares no local onde a Vila quase deixava de ser realmente uma pequena parte do sul de Sain Louis. Ele e Christopher não paravam. O telefone não parava... Aquele pesadelo parecia não ter previsão para terminar. 

O chalé não era luxuoso e certamente Fernanda não se importava com aquele fato.O estilo rústico denunciava que havia sido construído há alguns bons anos atrás. Cômodos pequenos, limpos e bem organizados eram mais do que eles podiam esperar naquela altura do campeonato. Uma lareira aquecia o ambiente, cortinas floridas de diferentes cores pareciam dar um contraste impressionante perto dos moveis escuros de madeira.O lugar cheirava a campo, interior, madeira molhada. As camas assim como a mobília da sala e da cozinha também eram de madeira, e pela quantidade de quartos no andar de cima, o chalé estava acostumado a receber visitantes casados. Eram 4 pequenos quartos, todos com uma cama de casal.Dois banheiros organizados e limpos compunham o segundo andar junto com os quartos. As escadas faziam barulho e seguiam o padrão de cores dos restantes dos moveis.Era confortável. Com um ar misterioso, talvez até aconchegante e servia definitivamente para acolher duas crianças e alguns adultos que sobreviveriam facilmente à condições mil vezes pior que aquela. 

O sofá vermelho recebia Fernanda e Lucas, que por nada deste mundo saia do colo de sua mãe. Ele havia sido apresentado a John, mas o sono, a manha e o cansaço haviam impedido o pequeno garoto de ser mais receptivo e amoroso. 

Fernanda - Ele está cansado, assustado... Dê um tempo a ele, você verá que é um menino muito carinhoso e receptivo.Fernanda havia dito e Jonh havia concordado, checando junto com Christopher a trava de todas as janelas.O curioso era que todas as portas e janelas eram reforçadas com grossas fechaduras. Certamente não era a primeira vez que Jonh vinha a este local. A atenção que Jonh e Christopher, mesmo cansados possuíam com a segurança de cada ser humano presente naquele chalé era notável. 

Jonh - Os carros estão escondidos atrás do chalé. Usaremos sempre o carro que eu vim com Fernanda para nos locomover. Acredito que não seja necessário que as crianças ou as mulheres deixem a casa. O armário está abastecido com tudo o que eventualmente possamos precisar, precisamos reforçar a geladeira, mas eu mesmo posso cuidar disto quando eu for buscar Anahí pela madrugada. Não temos linha telefônica. Temos água quente e luz. Sempre falaremos em espanhol e não atenderemos estranhos. Mantenham os celulares sempre ligados, com exceção do seu Fernanda, que será destruído. - Fernanda assentiu. - Os quartos estão preparados. Creio que seja necessário uma refeição e então um descanso para as crianças e para... 

Fernanda - Você deveria tomar um banho e descansar. - Jonh deixou de falar, mirando Fernanda que era quem realmente precisava tomar um banho e descansar. - Chegará um momento no qual você deixará de estar alerta por conta de seu cansaço. Seu corpo não responderá e você passará a ser um risco para si mesmo. 

Chris - Ela está certa. 

Fernanda - Isto vale para você também, Christopher. Não tenho como agradecer o que está acontecendo neste momento. Nem tenho como agradecer a forma como estão empenhados em proteger meu filho e eu, mas é necessário, é extremamente necessário que pelo menos durante alguns horas suas mentes apaguem. 

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