Um clichê fora da Curva

Capítulo 25

Amélia

Tinha acordado há algum tempo com beijos molhados no meu rosto, Mad me acordou a fim de fazermos um dia de garotas. Começamos a fazer uma maratona da Barbie com direito a suco e pipoca, mando uma foto nossa para James e dou risada quando vejo sua resposta, James odeia assistir filmes da Barbie mas isso vai mudar já que ele é pai de uma garotinha e outra estar por vir. Acaricio as madeixas loiras de Mad enquanto ela está com a cabeça apoiada sobre a minha barriga, escuto a campainha tocar e me levanto para abrir, estranho o porteiro não ter ligado avisando que tinha visita. Abro a porta e quando vejo quem está atrás dela tento fechar rapidamente, mas sou impedida de fazer tal ato.

- Não seja mal educada querida. – diz Lindsay com um sorriso frio no rosto enquanto aponta uma arma para mim

- O que faz aqui Lindsay?

- Não ficou óbvio? – Lindsay pergunta enquanto fecha a porta do apartamento – Eu vim acabar com você.

- Porque está fazendo isso Lindsay, eu nem te conheço direito.

- Eu conheço você, você é a tolinha que o Mark enganou por tanto tempo. Achou mesmo que ele iria se casar com você? – diz soltando uma gargalhada fria e cruel

- Lindsay abaixa essa arma, você não quer machucar ninguém.

- Eu quero te machucar, porque eu sei que machucando você eu estarei machucando o James.

- Ele te amava, como você é capaz de fazer isso com ele?

- Ele nunca me amou e eu muito menos, ele sentia uma atração sexual por mim.

- Mamãe. – Madison diz assustada

- Olha só quem está conosco, a coisinha que saiu de mim.

- Lindsay ela é só uma criança.

- Não era pra ela estar viva, mas eu cometi o erro de contar ao James que estava grávida, teria evitado muitos problemas se eu tivesse feito tudo no mais absoluto sigilo.

Vejo a porta se abrindo e torço para que seja James, minha esperança morre quando vejo Mark entrando no apartamento enquanto exibe um sorriso frio no seu rosto.

- Feliz em me ver Amy?

- Por que estão fazendo isso? Nunca fizemos nada para vocês.

- Amélia está tudo bem aí? – Ruth aparece na sala e se assusta ao ver Lindsay e Mark

- Olá Ruth. – Lindsay diz cínica

- O que está fazendo aqui sua vagabunda?

- Isso é jeito de receber uma velha amiga.

- Maldita, você só aparece para atrapalhar a vida do menino James.

- Assim você magoa o meu coração Ruth. – Lindsay diz com falsa tristeza

- Que coração? Você tem um buraco negro no lugar que deveria ser o seu coração.

- Senta aí Ruth, a brincadeira só está começando. – Lindsay mira a arma em Ruth mas ela não abaixa a cabeça em nenhum momento

Olho para Madison e vejo em seus olhos o quão apavorada ela está, toda essa situação é apavorante mas eu tento me manter na calma para não afetar Melanie. Sinto Mark agarrar o meu couro cabeludo e me arrastar até o sofá, me jogando contra o mesmo, ponho as mãos protetoramente na barriga e rezo para que nada aconteça com minhas filhas.

- Fiquem quietinhas enquanto faço uma ligação.

Lindsay diz e saí do nosso campo de visão, deixando apenas Mark nos olhando.

- Mark não faz isso, por favor.

- Amélia cala a boca, te dei uma chance e você jogou fora.

- Não faz nada com a gente Mark eu estou implorando.

- Se você não calar a boca eu faço.

Por medo de Mark cumprir sua ameaça eu me calei, tive medo que ele machucasse Madison ou até Ruth. Lindsay volta pra sala com um sorriso de vitória estampado no rosto.

- Ele vai fazer tudo direitinho.

- Assim espero.

Ouço a porta bater, meu coração acelera e tenho medo de quem possa ser.

- Você chamou mais alguém? – Mark pergunta a Lindsay

- Não chamei ninguém.

Mesmo assim ela vai até a porta e abre, dando uma leve espiada antes de abrir a porta por completo.

- O que você está fazendo aqui?

Chelsea pergunta assim que Lindsay abre a porta, ela ainda não viu que Lindsay está armada mas torço para que Chelsea não fique presa aqui conosco, sei o quanto o primeiro trimestre é complicado.

- Mais uma pra nossa diversão. – Lindsay diz enquanto ergue a arma em direção a Chelsea – Entre e fique quietinha.

Chelsea fica pálida no momento em que vê a arma mas mesmo assim, acata a ordem de Lindsay. Estamos todas sentadas no sofá e vejo que Chelsea está muito nervosa, pego sua mão e faço um carinho tentando confortá-la e passar uma calma que finjo ter.

- Por que você faz tudo isso? Abusou de James, acusou ele de varias coisas e agora está tentando nos matar.

- Amélia, minha querida Amélia, eu não precisaria abusar dele se ele aceitasse fazer o ménage que eu propus.

- Você abusou dele porque ele não aceitou participar de um ménage? – falo entredentes

- Eu só peguei aquilo que ele nos negou, não é mesmo docinho. – Lindsay fala olhando para Mark

- Você participou? – pergunto em um sussurro

- O que você acha, claro que sim. – diz exibido

- Como pôde? Tocava em mim depois de cometer essa barbaridade, você me dá nojo. – falo enojada

- Me poupe disso Amélia. – Mark diz irritado

- O que você pretendia fazer? – pergunto olhando para Lindsay – Você não o amava, mas também não o largava.

- Eu queria ter tudo o que ele tem, eu iria deixar a família Lynch na lama. Mas James nunca confiou em mim o suficiente. Principalmente depois que abandonamos essa coisa aí. – diz olhando com desdém para Madison

- Você sabia que Madison era a garota que você deu a luz?

- Sim, eu a acompanhava através do Mark até você nos pegar na cama.

- Vocês dois são podres.

- SE NÃO FOSSE POR ESSA COISA TUDO O QUE EU PLANEJEI TERIA DADO CERTO. – Lindsay aumenta o tom de voz enquanto vai pra cima de Mad

Não penso em mais nada a não ser proteger a minha filha, entro na frente de Madison e Lindsay começa a me empurrar com uma mão enquanto a outra está ocupada com a arma, continuamos nossa luta corporal enquanto eu tento a todo custo proteger Madison e ao mesmo tempo proteger minha barriga. Escuto o som estrondoso de um tiro e vejo Lindsay me olhar apavorada, nos afastamos e olho para minha barriga que sangra sem parar. Escuto o baque da porta, Ruth e Chelsea gritam apavoradas, Madison soluça de tanto chorar enquanto me chama, sinto minhas pernas fraquejarem enquanto dois braços me rodeiam. Olho para a pessoa que não permitiu que eu caísse no chão e vejo James com um olhar apavorado, escuto suas suplicas a Deus pedindo para que não me leve. Tento lutar contra o peso dos meus olhos, mas perco a luta.

Não sinto nada, não vejo nada, não escuto nada.