Capítulo 32

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Havia algo que eu poderia ter dito

Para fazer seu coração bater melhor? 

Lewis Capaldi - Before you go 

Amélia

Mais uma vez sinto aquela sensação estranha no peito, como se fosse acontecer algo no dia de hoje. Balanço a cabeça para tentar expulsar esses pensamentos da minha cabeça, mas a sensação continua apertando em meu peito, a imagem de James me vem a cabeça e tento não pensar nisso, recito mentalmente que está tudo bem, assim eu espero. Esse mês foi complicado, James sempre aparecia alterado e isso resultava em nossas discussões, eu até tentei ajudá-lo mas ele está relutante e não quer ajuda de ninguém, Matt conversou comigo e relatou sobre a briga que os dois tiveram recentemente, ele disse estar muito preocupado com James, mas James sabe manipular as pessoas a fim de que ele possa fazer o que bem entender. Saio dos meus pensamentos por batidas na porta de casa, penso ser James mas sou surpreendida quando vejo um homem parado na minha porta.

- Amélia? – pergunta com uma voz grave

- Sim, e você quem é?

- Me chame de Hall, tem um minuto? – fico meio relutante e Hall percebe isso pois logo se pronúncia – Não estou aqui para te machucar Amélia, estou aqui para te ajudar.

Dou a passagem e Hall entra na minha casa, indico-lhe o sofá e o mesmo logo senta.

- Você não me conhece Amélia e eu entendo a sua relutância e o seu medo, mas eu vim aqui porque estou ajudando seu namorado a encontrar a verdade.

- Qual verdade? – pergunto

- Ele não traiu você Amélia, a mulher da qual você recebeu as fotos se intitula de Hillary mas o seu verdadeiro nome é Victoria, ela foi paga para separar você do seu namorado.

- Noivo. – sussurro

- Isso, na noite em que tudo ocorreu, ela dopou o James e logo em seguida o levou até um cara chamado Ryan, Ryan conhecia James então ele não permitiu que Victoria fizesse algo com ela. Ela sabe que quando Ryan dá uma ordem eles não podem desobedecer, então ela o levou até um hotel, tirou as roupas de ambos e fez as fotos.

- Então não houve traição? – pergunto com a voz entrecortada

- Não houve traição Amélia, Lindsay pagou para que Victoria fodessem a vida de vocês.

A confirmação de tudo o que eu precisava, mais uma vez essa mulher tenta nos destruir, por quê ela nos odeia tanto assim? Meu Deus, eu desconfiei do James e ele tentou me dizer várias vezes de que não houve traição.

- Me desculpa Hall, mas eu preciso ver James. – saio da sala e vou até a cozinha onde tia Jane está – Tia fica de olho na Mad por favor, preciso sair.

- Tudo bem querida.

Volto até a sala e vejo Hall de pé.

- Bom, agora que você sabe da verdade eu preciso ir.

- Por que está nos ajudando? – Hall dá um sorriso triste

- Porque essa mesma mulher que tentou destruir o noivado de vocês fez o mesmo comigo, a diferença é que comigo ela conseguiu e hoje eu tenho que ver a mulher que amo feliz nos braços de outro. – Hall dá um suspiro triste e saí pela porta

Não perco mais tempo e pego minhas coisas e a chaves, indo até o apartamento de James, nosso antigo apartamento. Chego em frente ao prédio e sinto uma sensação estranha, entro no prédio e sou recebida pelo porteiro simpático de sempre, subo até o andar e bato na porta esperando James vim abrir.

- James abre a porta, precisamos conversar. – bato mais algumas vezes e ele não me responde – Se você não abrir, eu vou usar a chave.

Bato mais algumas vezes e não tenho nenhuma resposta, pego a chave da bolsa e coloco-a na fechadura da porta e dou graças a Deus quando a chave gira, sinto um frio na espinha e todos os meus pelos se eriçam, abro a porta e a cena em minha frente é apavorante, James está no chão da sala convulsionando. Corro até ele, pego o celular na bolsa e ligo para a emergência.

- 911 qual a sua emergência?

- O meu noivo ele está convulsionando.

- Qual o seu endereço?

Passo o endereço do apartamento e ela diz que já tem uma ambulância a caminho e ela logo começa a me instruir o que fazer.

- Afaste qualquer objeto que esteja perto dele. – corro até a mesinha do centro e a afasto rapidamente – Pegue um travesseiro e coloque em baixo da cabeça dele.

Corro até o nosso quarto e pego o primeiro travesseiro que vejo na minha frente.

- Pronto.

- Agora coloque-o de lado.

Faço exatamente o que ela mandou e alguns minutos depois a ambulância chega, durante o caminho até o hospital James tem uma parada cardíaca de 3 minutos, chegamos ao hospital e eu faço a ficha de James enquanto ele é atendido, pego o telefone na bolsa e ligo para Matt.

- Oi Amy.

- Matt. – soluço

- Amy o que aconteceu? – Matt pergunta preocupado

- É o James, eu não sei o que houve exatamente mas quando cheguei no apartamento ele estava convulsionando. – choro

- Qual o estado dele agora?

- Não sei, estão cuidando dele e eu estou esperando por notícias.

- Já avisou aos pais dele?

- Não, ainda não tive coragem.

- Me passa o endereço do hospital, enquanto isso vou avisar aos pais dele.

Passo o endereço do hospital que James está e aguardo por noticias, pouco tempo depois o médico que está cuidando do caso de James vem até mim.

- Como ele está Dr.?

- O caso de James é grave, ele teve uma overdose.

- O que?

- Sim, heroína com fentanil. James terá que passar por uma diálise.

- Meu Deus. – murmuro tentando processar o fato de que James teve uma overdose

- Ele teve outra parada cardíaca.

- Não.

- O caso dele está bem complicado, eu não quero ser indelicado, mas será um milagre se ele sair vivo dessa.

- Por quê diz isso?

- Pelo o que estamos vendo, James tem feito uso de muitas drogas, sem contar do alto nível de álcool no seu sangue.

- Dr. eu só te peço uma coisa, não deixe ele morrer, ele não pode morrer. – murmuro enquanto as lagrimas caem livremente pelo meu rosto

- Vou dar o meu melhor. – saí me deixando sozinha

Olho para o teto do hospital e rezo como nunca rezei antes.

Deus, por favor, não leve o James.

Não o tire de mim.

Não deixe-o morrer.

Ele precisa saber que eu o amo, e amo muito. 

Um clichê fora da CurvaOnde histórias criam vida. Descubra agora