James
Um mês desde que nossas vidas mudou completamente, um mês do dia que Lindsay invadiu nossa casa junto de Mark e cometeu tamanha barbaridade, lembro-me do pesadelo que nossa vida tem se tornado desde aquele fatídico dia. Madison começou a frequentar uma psicóloga infantil para tratar do trauma, ela não conseguia dormir e quando conseguia acordava aos gritos, suada e chorava muito. Amy precisou fazer uma cesariana de emergência assim que chegou ao hospital, foram horas de choro, medo, pavor e ansiedade. Eu ansiava ter noticias da minha mulher e da minha filha, eu precisava saber que elas estavam bem e vivas, elas são o meu porto seguro, o que seria de mim sem elas? Depois de horas esperando por noticias o medico veio até mim, e foi ai que o pesadelo começou. Minha pequena Melanie não tinha sobrevivido ao tiro, sua vida foi ceifada em um ato tão cruel e desumano, o baque da noticia me deixou petrificado, eu não queria acreditar que eu nunca poderia pegar minha filha no colo, não veria ela crescer, não ficaria com ciúmes ao vê-la com algum garoto. Mesmo sabendo que Lindsay e Mark seriam julgados pelos seus crimes, isso não me confortava, eles mataram a minha filha. Tudo mudou a partir desse dia, Amy ficou extremamente abalada com o ocorrido, não se alimentava direito, rejeitava minhas tentativas de dar carinho e consolo, entrou em uma depressão profunda mais uma vez. Isso me mata por dentro, vejo minha mulher definhando e caindo ainda mais em um poço de solidão sem que eu possa fazer nada, ela se afastou de todos e principalmente da Chelsea que está grávida. Aos poucos o nosso relacionamento se esfria mais e mais.
- Amy você precisa se ajudar, eu sei que dói mas você não pode se entregar a solidão.
- Já disse que não preciso de ajuda. – diz sem emoção
- Amy não se esqueça que você tem a Mad, você não tem falado com ela e ela precisa de você.
- Mas agora eu quero ficar sozinha, é tão difícil de entender?
- Nós precisamos honrar a memória da Mel.
- Honrar o que? Eu nem cheguei a conhecer a minha filha porque ela foi morta ainda no meu ventre pela sua ex. – diz com a voz embargada
- Amy... – tento dizer mas ela me corta
- Eu só preciso de um tempo. – diz com a voz rouca de choro. – Eu nunca vou superar essa dor, mas eu sei que um dia essa dor que tá esmagando o meu peito vai virar saudade, só preciso de um tempo.
- Não me afaste de você. – digo em um sussurro
- Não prometo nada.
Beijo sua testa e saio do nosso quarto, vejo Ruth olhando fixamente para o sofá da sala e a sua bochecha está molhada pelas lágrimas que ela deixar cair livremente.
- Ruth. – ela pula com o susto
- Desculpa – limpa o rosto banhado em lágrimas – Eu só estava lembrando daquele fatídico dia
- Eu também.
- James se você quer que Amy melhore, mudem de casa. – diz olhando para mim – Aqui tem boas lembranças mas obviamente ela vai se lembrar daquele dia toda vez que passar por essa sala.
- Já estou fazendo isso Ruth, mesmo assim obrigado.
- Vocês não mereciam passar por isso. – diz Ruth chorando outra vez
Caminho até Ruth e a acolho em meus braços, choro baixinho e contido, libero um pouco da minha dor nesse dia tão triste e melancólico.
- Não pode guardar essa dor só para você James. – Ruth diz meio abafado em meu peito
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Um clichê fora da Curva
RomanceJames Lynch é um CEO que teve o começo da vida adulta perturbada e abandonou sua filha quando era um bebê. Anos depois James se arrepende do que fez e começa a procurar pela filha, no meio da busca James conhece Amélia uma mulher linda, doce, gentil...