Dᴇsᴄᴏʙᴇʀᴛᴀs

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❝Venha deitar-se na minha cama. Vamos encontrar novas cores nas sombras do teto. Não temos que pensar em nada. ❞

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 25

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Nova York, 8 de maio de 2018.

Assim que Lin despertou, a primeira coisa que fez apressadamente foi checar o seu estado no espelho do banheiro. Quando o viu, uma expressão nada agradável surgiu na sua face. Não estava tão ruim, mas não estava nem de longe minimamente agradável. Quem o visse à distância, conseguiria presumir que havia entrado em alguma briga feia. "Filho da puta... ", resmungou consigo mesmo, passando os dedos suavemente pela marca inchada na sua bochecha e debaixo do seu olho, grunhindo de dor um pouquinho quando sentiu a sua pele retrair-se.

Sabia que poderia disfarçar um pouco do roxo com maquiagem, e de fato faria isso sem pensar duas vezes, no entanto, nem a melhor base do mundo seria capaz de ocultar aquele inchaço. Respirou fundo, abrindo o compartimento do espelho e pegando o que fosse necessário para esconder aquelas marcas. A única coisa que desejava enquanto passava o pincel sobre a sua pele era que não encontrasse Mark nunca mais. Não queria que os seus olhares se cruzassem, não queria sentir o seu toque — nem se fosse somente uma mão no seu ombro.

Depois que terminou, voltou para o seu quarto, pegando o seu celular e verificando se possuía alguma mensagem nova ou não. Para a sua surpresa, de fato tinha uma. Era de Ari. Pelo fato de não terem se encontrado no dia passado, sabia que ele estava preocupado, principalmente quando não o respondeu ao chegar em casa.

Aʀɪ ᴇ́ ʟᴇɢᴀʟᴢɪɴʜᴏ: [ei, vc tá bem? Eu tô preocupado...]

06ʜ12ᴍɪɴ.

ʟɪɴ ʏɪ: [Desculpa, sim, tô bem. Só tava cansado ontem.]

06ʜ17ᴍɪɴ.

Aʀɪ ᴇ́ ʟᴇɢᴀʟᴢɪɴʜᴏ: [porra, n faz isso... bem, podemos nos encontrar antes do trabalho?]

06ʜ17ᴍɪɴ.

ʟɪɴ ʏɪ: [Tá, pode ser. Aonde?]

06ʜ18ᴍɪɴ.

Aʀɪ ᴇ́ ʟᴇɢᴀʟᴢɪɴʜᴏ: [te mando o endereço.]

06ʜ19ᴍɪɴ.

Lin apenas suspirou. Ainda não conseguia tirar da cabeça que Ari possuía o contato de Mark, e que frequentemente conversavam. Sabia que isso era normal por conta do homem ser assistente de Jeremy, no entanto, a sua falta de confiança lhe dizia que isso poderia levar a mais coisas se investigasse com cuidado. E era justamente disso que tinha medo: de realmente encontrar alguma coisa.

De qualquer forma, Ari não era o único que estava a guardar segredos. No entanto, não era tão simples para si lhe dizer que, este tempo todo, na verdade, o rapaz também esteve falando com He, o seu pintor predileto, de acordo com as suas próprias palavras. Havia certa admiração por ele, e não era tão simples para Lin desenrolar-se disso e simplesmente lhe falar a verdade. Sabia que algum dia iria cansar-se disso e apenas convidaria Ari para o seu apartamento, de propósito esquecendo-se de trancar o seu ateliê somente para que ele descobrisse por conta própria sem que precisasse lhe contar nada.

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora