Sᴏʟɪᴅᴀ̃ᴏ

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❝Acho que as pessoas ficariam mais felizes se admitissem as coisas com mais frequência. Em certo sentido, somos todos prisioneiros de alguma memória, ou medo, ou decepção — somos todos definidos por algo que não podemos mudar. ❞

- Simon Van Booy

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 7

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Nova York, 17 de junho de 2014.

Lin e Cheng estavam sentados em uma mesa do lado de fora do café habitual. Sua localização era no centro de Nova York, com vista para os altos prédios comerciais e para os transeuntes atarefados. Embora a vista não fosse das mais inspiradoras, a qualidade do café era excelente.

— Você ouviu falar daquele modelo em ascensão? — Cheng de repente chamou a sua atenção, fazendo-o retirar o olhar das ruas e direcioná-lo ao rapaz.

— Não, sabe que não acompanho muito isso. — Deu de ombros, tomando um gole do café. — Vale a pena eu saber?

— Talvez. — Então alcançou a revista que lia para Lin. — Acho que se enquadra no seu perfil, não acha?

Lin pegou a revista e examinou minuciosamente a fotografia. A revista anunciava uma marca pela qual ele não tinha interesse, mas exibia seus anéis brilhantes de ouro e prata, com o restante da fotografia em preto e branco. A foto estava centrada em seu rosto, com as mãos apoiadas nele; um dedo puxava a boca, enquanto o outro estava enrolado em seus cabelos escuros. Entregando a revista de volta ao irmão, ele confessou: "Ele é bonito".

— Só isso? — Cheng arqueou uma das sobrancelhas.

— É. Ele é bonito. — Suspirou. — Qual é o nome dele?

— Ari Gandhi, se não me engano.

— E a idade dele?

— Quer uma ficha também, senhor? — Riu, vendo o seu irmão igualmente gargalhar logo em seguida. — Eu não sei. Talvez uns vinte. Ele é bem novo, mas já está chamando a atenção.

— Consigo entender o porquê. — Respirou fundo, se recostando na cadeira.

— Ele foi a uma das suas exposições. — Lin arregalou os olhos e fitou o seu irmão com as sobrancelhas franzidas, como se pedisse se estava falando sério. — Ano passado.

— Por essa eu não esperava. — Riu. — Mas... — Os seus olhos foram para a revista novamente. — Ele realmente é interessante. Acho que daria um bom quadro. — Pegou a revista outra vez. — Os olhos dele são lindos.

— Por favor, não babe na revista, Lin.

— Vai se foder. — Fitou-o com um sorriso sarcástico no rosto. — Mas ele é incrível. — O sorriso mudou. — Realmente incrível.

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Ao chegar ao seu apartamento, ele prontamente se dirigiu ao seu estúdio, que sempre estava com a porta aberta. Os magníficos tons laranjas e vermelhos do sol poente iluminavam o local, intensificando a visibilidade de algumas partículas de poeira que permaneciam no ar. Pegou algumas revistas que tinham Ari Gandhi em evidência e arrancou as páginas que ele aparecia, pendurando-as em um painel próximo a tela.

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora