Sᴏᴍᴏs ᴀᴍɪɢᴏs?

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❝Nosso tempo juntos foi o melhor até agora. Mas mesmo no paraíso, o sol deve se pôr.❞

Anangsha Alammyan.

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 37.

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Paris, 31 de maio de 2018.

Era o último dia de Lin e Neil em Paris. Nesse meio tempo, o homem preferiu ficar no quarto de hotel, com temor de sair e encontrar Ari pelos arredores. A maior parte do tempo, ficava rabiscando no seu bloco de notas os próprios sentimentos, pensando se deveria passá-los para as telas assim que retornasse ao seu apartamento.

Mas, o jovem nunca perdia uma oportunidade de chamá-lo para qualquer lugar que fosse, e não parecia desanimar mesmo que todas as respostas fossem negativas. Ele sabia que Lin estava um pouco abalado pelo que havia acontecido, e ainda mais quando lhe mostrou uma foto de Ari numa outra festa na noite passada — o que foi o estopim para entrar com a sua conta no celular de Neil e bloqueá-lo no Instagram.

— Ei, tá a fim de sair? — por isso, quando Lin ouviu sua voz, não se surpreendeu que ele continuasse tentando. — É o nosso ultimo dia por aqui... Vai mesmo ficar enfurnado dentro desse quarto?

— Se me permitir, sim.

— Bem... É uma pena... Porque sabe, sou muito intelectual... Muito... Como é... Artístico! Sabe? — O homem franziu o cenho ao vê-lo aproximando-se lentamente e sentar-se no fim da cama. — E... Então, né, cá estou eu...

— Fale de uma vez. — Suspirou, deixando o bloco de notas ao seu lado. — O que é dessa vez?

— Estou pensando em ir ao Louvre. — Os olhos de Lin arregalaram-se. — Na verdade, só vou se você for comigo, porque eu não vejo nada demais num monte de—.

— Vamos, sim, vamos! — Um sorriso surgiu no rosto do homem, que se levantou imediatamente e começou a procurar seus sapatos, uma vez que os encontrou, sentou-se na cama e calçou-os com uma rapidez impressionante. — É meu sonho ir lá desde quando eu era criança, eu sempre ficava... Ficava pensando se algum dia eu teria a oportunidade de ir.

— Então, vem. Se arruma aí direito. Eu te espero. — Jogou-se na cama, puxando o celular do bolso enquanto via, com a visão periférica, Lin procurar um casaco. — Está acontecendo uma exposição lá. Na verdade, quase sempre tá rolando alguma coisa lá, né? — Virou-se de barriga para baixo, agora olhando o homem à sua frente diretamente. — Eu não entendo porra nenhuma dessas coisas aí de quadro e tal, mas você tá sempre desenhando, então pensei que você curtia esse tipo de coisa.

— Sim, eu gosto. — Suspirou assim que terminou de vestir-se minimamente adequado. — Bastante.

— Então vamos. — Neil levantou-se num pulo. — É, mas e aí, Lin... — Parou antes de sair do quarto, virando a cabeça ligeiramente para trás. — Nesses dias que estamos nos aturando, podemos nos considerar amigos?

— Não enche, apenas vamos. — Lin grunhiu, passando ao seu lado e bagunçando seus cabelos brancos, logo indo para o corredor.

— É claro... — Disse, com um sorriso envergonhado no rosto enquanto fechava o quarto. — Bem, mas eu posso dizer que eu não desgosto de você.

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora