Sᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏs

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❝Que maravilhoso; que estranho. Ser amado por algo que odeia todo o resto. ❞

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 9

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Nova York, 12 de março de 2018.

Lin estava novamente no carro de Ari, com a cabeça encostada no vidro enquanto tentava não mexer muito o seu pé para não sentir a dor que sempre aumentava assim que o encostava ao chão. "Está tudo bem? ", de repente Ari lhe perguntou ao ouvir um resmungo de dor vindo do homem ao seu lado.

— Sim, eu só... — Virou a cabeça na sua direção. — Eu machuquei meu pé ontem. Tá doendo um pouco pra andar.

— E você ficou andando de um lado para o outro a manhã toda. — Lin concordou, suspirando em seguida.

— Mas está tudo bem. — Deu de ombros. — Logo isso passa. É apenas um corte.

— Um corte? Como você fez isso? — Ari parecia segurar a risada enquanto perguntava.

— Eu... Eu quebrei um copo e pisei num caco.

— Ai. — Ari franziu as sobrancelhas, fitando-o por alguns instantes. — Quando chegarmos ao meu apartamento, você pode tirar o sapato. Talvez fique um pouco melhor. Eu devo ter algumas coisas para você cuidar um pouco mais do corte também.

— Tudo bem. — Disse rapidamente, fazendo com que o rapaz apenas voltasse a atenção à rua. — Obrigado, Ari. — Sorriu ligeiramente.

— Disponha. — Sorriu-lhe de volta.

Lin voltou a olhar para a janela, mesmo que agora estivesse com um singelo sorriso no rosto.

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Levou um certo tempo até chegarem ao apartamento do homem, localizado em um dos edifícios que aparecia na lista dos melhores de Nova York. Lin não podia negar que se sentiu um pouco intimidado com o nível social das pessoas que ali andavam e olhavam para ele com certo julgamento.

Claro que, por estar em horário de trabalho, usava uma camisa social e calças do mesmo estilo, mas mesmo assim, sua aparência era muito diferente do resto dos indivíduos que passavam por lá. Se estivesse vestido com a sua roupa casual, sentia que seria ainda pior.

Ari, como se tivesse percebido o quão desconfortável estava, chamou sua atenção, para que pudesse entrar no edifício de imediato. E assim o fez. Não conseguiu, novamente, conter o quanto estava achando aquilo a coisa mais linda que já havia visto. O chão era tão brilhante que podia ver o seu próprio reflexo; as paredes tinham algumas pilastras de mármore, e o porteiro estava tão arrumado quanto os transeuntes com o nariz empinado.

"Hamilton" estava em seu mini crachá dourado no peito. Lin lhe lançou um sorriso como forma de saudá-lo e recebeu um aceno de cabeça em resposta.

Havia certas plantas perto do elevador, devidamente cuidadas e de um verde tão vívido que até questionou-se se eram mesmo reais. Antes que ficasse boquiaberto por mais tempo, apenas adentrou o elevador junto ao Ari, vendo-o pressionar o número onze.

Lin apenas franziu o venho e desviou o olhar.

— Não gosta de altura?

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora