Qᴜᴇᴍ ᴇ́ ᴠᴏᴄᴇ̂?

451 67 240
                                    

❝Estou me apaixonando por ele e estou assustado. Não porque o amor é essencialmente um aspecto assustador da vida, mas porque eu sei que ele poderia me quebrar. Poderia me estilhaçar como bem entendesse em um milhão de pedaços. E a pior parte é que eu deixaria. ❞

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 35.

————————

Paris, 24 de maio de 2018.

— Precisamos conversar. — Disse sério, vendo o sorriso no rosto de Ari instintivamente desvanecer-se de seu rosto, à medida que saía da frente da porta e fazia um gesto lhe dizendo que poderia entrar. — Você tem muita coisa pra me explicar, não é?

— Talvez eu tenha. — Ari fitou-o brevemente.

Lin olhou à sua volta, tentando identificar qualquer coisa naquele quarto que poderia indicar que houve outra pessoa há algum tempo. Os lençóis estavam bagunçados, mas provavelmente era porque Ari estava deitado antes de chegar. O seu celular estava longe, carregando em cima da cômoda, logo, ele não estava falando com ninguém. E então, direcionou seu olhar ao próprio rapaz, percebendo que estava com uma calça moletom, que provavelmente usava como pijama, e sem nenhuma camiseta, mas, em Paris não estava frio, por isso deu de ombros com as suas paranoias.

— Antes de tudo... Pode me falar se está bem? Eu... Eu estou preocupado com você.

— É... Imagino que esteja. — Respirou fundo, sentando-se na sua cama e o fitando diretamente. — Finn me mostrou as mensagens.

— E por que não o deixou falar o seu estado? Eu estava morrendo de preocupação, Lin! Não sabia nada de você, até por que... Você não me respondia. Mas não me bloqueou, o que aconteceu afinal?

— Ah, eu quebrei meu celular. — Deu de ombros. — E, bem... Eu não queria saber de você. Apenas isso. — Respirou fundo. — Até porque você estava divertindo-se bastante nesses últimos dias, certo? Não parecia nem um pouco chateado. Acha que eu não vi as fotos?

— Lin, são ensaios, como você esperava que eu—.

— Estou falando das fotos que Dominique postou. — Ari parou de falar. — É esse o nome dela, certo? Mas... Eu também vi as fotos de Nikita, de Danielle. Você estava ótimo em todas, em todas as festas. Surpreendente, Ari. A sua forma... De lidar com os problemas me intriga.

— O que esperava que eu fizesse, Lin?

— Eu não sei. — Suspirou. — Apenas... Sentir-se um pouco mal. Sentir metade da merda que eu senti aquele dia. — Levantou-se. — Porque você não parecia nada mal. Você parecia muito bem, na verdade. E se você... Se você me ama como disse naquele áudio aquele dia, acho que deveria ter ficado pelo menos um pouco chateado, não é?

— Mas eu estava chateado. Eu estou.

— Ah, chateado como? Chateado bebendo em festas, se divertindo com seus amigos?! Isso é estar chateado, Ari? É isso?!

— Me mostre seus braços.

— O quê? — Os seus olhos se arregalaram, dando um passo para trás. — O que isso tem a ver com o que eu estou falando? Você sequer tá me ouvindo? Pode, por favor, me ouvir? Eu não vim aqui a-.

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora