Pʟᴀɴᴏs

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❝Todos nós comemos mentiras quando os nossos corações estão famintos. ❞

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 33

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Paris, 18 de maio de 2018.

Tinham passado algumas horas desde que Ari tinha chegado à casa de Dominique. Ele estava deitado no colo dela enquanto ela mexia com os fios ondulados que lhe caíam no rosto. Talvez para não o deixar sozinho e para saber como lidar com toda a situação no momento, ela também não se encontrava no seu estado mais sóbrio.

— Não vai me falar por que veio desesperado até mim? — Dominique de repente quis saber, parando o seu toque sobre o rapaz, que desviou o olhar.

— Não precisamos falar sobre isso. — Ele virou-se, olhando para o chão por um minuto. — Podemos dizer que a pessoa que eu... Eu amo sem dúvidas me odeia e está em perigo. E não há porra nenhuma que eu possa fazer sobre isso.

— Nadica de nada? — Ari negou. — Acho que é uma boa desculpa pra ficar chapado. — Riu, vendo-o sair do seu colo e sentar-se ao seu lado. — Mas você tem a mim. — Sorriu, encostando a sua cabeça no seu ombro. — Sabe que pode contar comigo. Eu estive aqui quando o mesmo aconteceu ano passado.

— É diferente. — Ari resmungou.

— E por quê? Você ficou acabado quando ele sumiu do nada.

— Eu gostava dele. Eu podia ser eu mesmo. Mas... Eu... Eu não o amava. Ele também não me amava. Mas... Eu amo essa outra pessoa. Eu sei que amo. — Respirou fundo. — E acho que eu estraguei tudo. — Riu, mas parecia de puro nervosismo. — Eu daria tudo pra que ele estivesse aqui comigo.

Ele? — Dominique lhe indagou, mas Ari ignorou a pergunta. — Bem... — Respirou fundo, passando sua mão pelo seu peitoral, sentindo seu olhar pesar sobre si. — Eu estou aqui. Pra qualquer coisa.

Ele resmungou quando a sentiu sentada no seu colo, passando-lhe as mãos sobre o rosto, aproximando-se como se fosse beijá-lo, no entanto, ela apenas afundou a cabeça no seu ombro, colocando os seus braços à volta do seu corpo, abraçando-o.

— Dominique... — O rapaz grunhiu, querendo tirá-la de cima de si, mas a mulher segurou-se fortemente.

— Sempre estarei aqui por você, Ari... — Sussurrou em seu ouvido, mordendo levemente o lóbulo. — Vamos se esquecer dos nossos problemas por um momento... — Sua língua passa lentamente pelo seu pescoço antes dos seus dentes deixarem uma marca na pele. — Não contarei para ninguém.

— Não... Eu não acho que seja uma boa-.

Dominique parecia de repente mais sóbria do que nunca quando os seus olhos encontraram os esverdeados de Ari. Ela novamente segurou o seu rosto, e dessa vez de fato o beijou. Ele tentou desvencilhar-se de seu toque, empurrá-la para longe, mas, ao mesmo tempo, não queria feri-la. Por isso, certamente por não estar nada sóbrio e toda a sua realidade encontrar-se levemente distorcida, depois de um pouco de recuo, o rapaz aceitou suas investidas e puxou-a para perto, intensificando o beijo em vez de afastá-la de seu corpo.

A parte ainda não chapada do seu ser gritava-lhe para sair dali, correr para Lin, pedir desculpas, e tentar explicar-lhe toda a verdade, no entanto, a outra parte, que falava mais alto, assegurou-lhe que o homem agora o odiava e que esta era a única maneira de esquecê-lo momentaneamente.

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora