❝O amor é isso: duas solidões que se protegem, se tocam e se acolhem. ❞
- Rainer Rilke
Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 4
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Nova York, 25 de fevereiro de 2018.
— Ei, acalme-se. — Raihan chamou a sua atenção para que parecesse menos desesperado. — Por que tá desse jeito? Eu não esperava que essa fosse sua reação.
— Porque eu não quero vê-lo. — Resmungou, então se atentando ao resto da frase. — Espere um minuto, o que quer dizer com não era o que você esperava?
— Vamos apenas dizer que... Tive minhas dúvidas com a sua fixação desnecessária nesse modelo de repente, e... Bem, sabe a Helen? Acontece que ela é bem amiga dele, e talvez, em algum momento, mas só talvez, ela me disse que ele vem muito aqui.
— Você armou isso. — Lin disse com desgosto, vendo seu amigo apenas assentir com um sorriso apreensivo na face. — Eu não estou interessado nele. Eu não o suporto. É diferente, seu imbecil.
— Bem, agora foi. Ele provavelmente vai te ver.
— Merda, ele está vindo para cá. — Lin virou a cabeça para o lado e permitiu com que seu cabelo caísse sobre o seu rosto.
Raihan só olhou para ele, embora quisesse dizer-lhe que seu disfarce claramente não estava funcionando. Ele não esperava que Lin tivesse uma reação tão negativa; afinal, a maneira como ele vinha falando sobre Ari nos últimos meses — apesar do fato de ele ter visto seu trabalho há alguns anos — o fizera assumir que havia algum interesse. Até porque ele já conhecia Lin há tempo suficiente para saber que não perderia tempo falando de alguém que desprezava.
De qualquer modo, Ari passou perto deles e não fez nada. No início, Raihan só pensou que Lin estava a exagerar na forma como o modelo o tratava e que, de fato, também não se importava com a sua presença, e depois a possibilidade do seu disfarce ter realmente funcionado começou a atormentá-lo. Era impossível não o reconhecer.
— Quando você vai parar de agir como a porra da minha mãe? — Então virou o rosto novamente na direção do seu amigo; seus olhos escuros pareciam conter chamas. — O que te fez pensar que eu adoraria ir a um lugar aonde ele vem com frequência?
— Porque pensei que estava interessado nele. Você tem um jeito estranho de demonstrar sentimentos, nas raras vezes que o faz, então, sei lá, achei que odiar ele era uma forma de mostrar interesse. — Deu de ombros. — Sem falar que, embora eu seja hétero, devo admitir que faria uma exceção para ele. E imagina você que nem tem certeza se realmente não gosta de homem. É um desperdício.
— Eu não tenho interesse algum nele. — Levantou-se. — Eu estou indo.
— Mas a gente nem comeu a sobremesa.
— Talvez possamos comer quando você parar de se intrometer na minha vida. Como disse, estou muito bem sozinho. — Tirou a sua carteira do bolso e pegou a quantia exata de quanto valia o seu prato, e então deixou na frente do seu amigo. — Essa é a minha parte.
Raihan nem sequer disse mais nada, talvez porque já estava habituado à forma como Lin agia quando estava zangado. Ao partir, lançou um último olhar para trás e notou o olhar de Ari fixo nele. No entanto, no instante em que seus olhos se cruzaram, Ari desviou o olhar para uma garçonete que se aproximava para atendê-lo.
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Quando as Luzes se Apagam
Romance"Quem é você quando não há ninguém por perto?" Lin Yi, um pintor renomado sob o pseudônimo He, vê seu mundo perder a cor após a morte trágica de seu irmão. Desesperado e desmotivado, ele vai até o telhado de seu prédio, pronto para desistir de tudo...