Pʀᴀᴢᴇʀ

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❝ Ele era caloroso e familiar. Ele era sólido e seguro. Eu queria me agarrar à camisa dele, enterrar meu rosto na curva quente de seu pescoço, e nunca largar. ❞

- Becca Fitzpatrick

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 17

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Nova York, 12 de abril de 2018.

Para a surpresa de Ari, o homem retribuiu o beijo na hora. Por um momento, era como se não existisse um pingo de arrependimento, de hesitação naquele ambiente. Como se nada mais importasse, e, quem sabe, não importava mesmo. Eram somente os dois; o silêncio do apartamento por conta do filme pausado, as luzes do lado de fora trespassando as grandes janelas e sendo uma das únicas fontes de luz, além da televisão.

Lin levou uma das suas mãos aos ombros de Ari, puxando-o para mais perto e quase o fazendo perder o equilíbrio pelo movimento brusco. Pelo homem estar com ambas as pernas no sofá, era mais complicado para que o rapaz tentasse aproximar-se sem praticamente estar no meio delas, no entanto, ele nem pareceu importar-se com a aproximação repentina, e, já que ele não se preocupava, preferiu fazer o mesmo. Apoiou uma das suas mãos no braço do sofá enquanto intensificava o beijo.

O homem arregalou os olhos quando sentiu os dedos de Ari, que deveriam estar apenas no sofá — apesar de estar no meio das suas pernas — , passarem pela sua coxa. Afastou-se do beijo no mesmo instante, ofegante, assim como o rapaz defronte, e segurou a sua mão no mesmo instante, levando-a a sua frente.

— Muito engraçadinho. — Fitou-o diretamente nos olhos verdes, tentando acalmar o ritmo impaciente do seu coração, bem como à sua respiração desregular.

Ao desviar o olhar, foi quando a ficha caiu do que havia feito, imediatamente largando a mão de Ari e afastando-o um pouco para que se levantasse do sofá. ''Isso nunca aconteceu'', disse, com as sobrancelhas franzidas de puro medo.

— Olha, eu tenho quase certeza que a gente acabou de se beijar. — O jovem sorriu. — E você... Bem, você me surpreendeu. — Passou a mão pela nuca.

— Não. — Apontou para si. — Isso não aconteceu. — Deu um passo para trás. — Meu Deus o que eu fiz?

— Foi só um beijo. — Ari levantou-se, aproximando-se de Lin. — Não precisa se crucificar.

— Não, não é isso. — Respirou fundo. — É melhor eu ir deitar. Já está tarde. — Fitou-o por um momento, mas ao sentir o olhar ser retribuído, desviou-o. — Boa noite. — Disse rapidamente, afastando-se de Ari e subindo as escadarias às pressas.

— Boa noite...? — Ari tinha um evidente ponto de interrogação na sua face enquanto via-o subir e desaparecer no corredor. — Jesus, que cara complicado... — Sentou-se novamente no sofá, passando a língua pelo lábio inferior enquanto um sorriso formava-se no seu rosto. — Pelo menos valeu a pena... — Sussurrou para si mesmo.

Lin foi imediatamente para o quarto, fechando a porta como se tivesse voltado aos dias da sua infância onde Cheng poderia abri-la a qualquer instante para verificar o que estava fazendo. Mas estava sendo estúpido em pensar sobre isso novamente, afinal, nem estava na sua casa, tampouco no seu apartamento, e, bem... Cheng não poderia aparecer, nem se desejasse muito. Contudo, ainda assim checou a fechadura e olhou à volta à procura de alguma chave, mas não encontrou nada, por isso, apenas permitiu que um suspiro escapasse dos lábios e sentou-se na cama.

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora