Fʟᴏʀᴇs

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❝Onde eu poderia descansar, senão em seu furacão? ❞

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 29

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Nova York, 11 de maio de 2018.

Já tinham passado dois dias que Ari estava em Paris. Assim que chegou, fez o que lhe tinha dito e enviou-lhe uma mensagem a notificá-lo da sua chegada. Não sabia dizer se estava contente ou chateado quando ouviu o seu celular vibrar nas primeiras horas da manhã, mas pelo menos o rapaz tinha-se lembrado. Não o conseguiu responder no mesmo momento, já que o sono apoderou-se do seu corpo novamente antes que sequer conseguisse pegar o celular, por isso, respondeu-o durante a manhã. Ari somente respondeu-lhe a noite.

Sabia que não poderia cobrá-lo para respondê-lo na hora, pois nem mesmo ele fazia isso, e compreendia que o rapaz provavelmente estava a desfrutar da cidade juntamente com Nikita, mesmo que houvesse sempre um gosto amargo na sua boca quando ele pensava demasiado sobre este assunto. Afinal de contas, as palavras da sua mãe ainda lhe percorriam a mente em alguns momentos do dia, e por vezes, caso se concentrasse demais nelas, quase acreditava.

— Ei, tá vivo? —A voz de Finn de repente tirou-o dos seus pensamentos. — Você ficou meio longe do nada.

— Oi, desculpa. — Respirou fundo, passando a mão pela nuca. — Eu só estava...

— Pensando no Ari?

— Não exatamente. — Resmungou. — Mas agora que falou sobre isso... Me lembrei de como pareci uma garotinha desesperada quando ele foi embora.

— Você correu atrás dele, foi?

— É. — Deu de ombros. — Eu chorei. — Grunhiu. — Nunca pensei que poderia fazer isso por uma pessoa que apenas está indo para outro país. Eu acho que... Nem eu sei o que aconteceu comigo naquele momento. Quando eu me dei conta, estava com os braços em volta dele.

— É o amor! — Riu. — Bem, como ele está lá em Párrís? — Forçou um sotaque na fala. — Ele não fala comigo, nossa relação é estritamente profissional. Apenas quando o encontro correr num parque perto de onde eu moro...

— Ele está bem. — Virou-se novamente à direção do computador. — Acho que ele está bem, pelo menos. — Colocou algumas mechas por trás da orelha, revelando um brinco e um piercing que tinha na mesma. — Não estamos nos falando muito. Afinal... A diferença no fuso-horário é de seis horas. Quando ele me responde eu estou dormindo ou trabalhando.

— Não senti tanta firmeza na sua fala não. Está desconfiando dele? — Arqueou uma das sobrancelhas, pegando uma cadeira e sentando-se ao lado de Lin.

— Não é isso, apenas... — Respirou fundo. — Mesmo ele nem sabendo falar a língua, creio que qualquer francês seria melhor do que eu. — Havia um sorriso nervoso na sua face enquanto falava. — Não que eu esteja realmente preocupado com isso, não temos nada realmente oficial, digo... — Olhou para o anel no seu dedo por um momento. — Não sei o que temos, pra falar a verdade. — Fitou Finn, que estava com as sobrancelhas franzidas, não sabendo ao certo o que falar. — Acho que estou pensando demais.

— Eu não falo muito com ele, mas... — Finn levantou-se, bagunçando ainda mais o cabelo de Lin, ouvindo-o resmungar em seguida. — Sempre que nos encontramos, ele perguntava sobre você. Acho que não precisa fazer nenhum curso de relações humanas pra saber que ele tá totalmente caidinho por você. E você por ele. — Sorriu. — Mas Jeremy deve estar puto da cara com as pessoas tendo percebido que ele só mandou Ari mais cedo para Paris a fim de despistar a atenção de vocês dois. Também não precisa ser muito inteligente para juntar A com B. — Riu. — De qualquer forma, logo você sai dos holofotes e pode voltar à vida normal. Mas, mudando um pouquinho de assunto... Eu acho que preciso da sua ajudinha.

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora