Mᴀʀᴋ

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A sensação de estar enrolado em seus braços com nossos dedos entrelaçados e a sensação suave de sua respiração em meu pescoço nunca pode ser colocada em palavras. No entanto, posso dizer-lhe que é onde pertenço e é nesses braços que me sinto em casa. ❞

- B.R. K

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 23

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Nova York, 6 de maio de 2018.

Lin grunhiu assim que sentiu o seu corpo despertar, fazendo-o virar-se para o lado oposto de onde ele estava e trazer a sua perna um pouco para cima, onde normalmente estava um travesseiro que servia de apoio, contudo, agora não estava mais por lá. Com um pouco de dificuldade, abriu os olhos e quando viu Ari a dormir à sua frente, as memórias de ontem à noite vieram-lhe à mente.

Não se lembrava de ter despertado, mas sabia que o tinha feito, já que não estava completamente nu, mas sim com os calções novamente. Passou a perna gentilmente por onde Ari estava, suave o bastante para que ele não despertasse, e também confirmou que ele não estava sem roupa. Franziu o cenho, aceitando apenas que tinha tomado banho e não conseguia se lembrar.

Virou-se novamente, vendo as roupas no chão e um pouco do lençol por conta de como se mexia durante a noite. Retirou as cobertas do seu corpo e quando se sentou na cama para tentar levantar-se, resmungou de dor. Não era somente nas suas pernas, mas também nas costas. Era como se houvesse corrido quarteirões.

— Puta merda... — Respirou fundo, olhando para as suas pernas e vendo marcas de unhas nas suas coxas, fazendo-o direcionar o olhar para Ari, mesmo que ainda estivesse dormindo. — Que merda deu em mim...

Deitou-se novamente, ficando à frente do rapaz e contemplou como ele era belo mesmo quando estava a dormir. O seu cabelo castanho escuro caía sobre o rosto, a sua boca estava entreaberta e a sua expressão relaxada; era raro vê-lo assim, uma vez que estava sempre a sorrir ou a ser sarcástico. Uma das suas mãos estava debaixo do travesseiro, enquanto a outra descansava perto do seu rosto.

Não conseguiu se conter e somente esticou-se na direção da mesa da cabeceira e pegou um bloquinho de notas e uma caneta. Era muito mais fácil desenhá-lo quando estava tão próximo a ponto de conseguir ouvir a sua respiração calma.

Respirou fundo, o fitando atentamente enquanto corria a caneta através da folha branca, notando logo os traços do seu rosto a formarem-se lentamente. Seria apenas um rascunho rápido, por isso não se importou com linhas trêmulas ou fora do lugar. Não era para ser perfeito.

Pressionou a caneta um pouco mais quando estava fazendo o seu cabelo, pintando-o ligeiramente de uma cor mais azulada do que o resto. Fez questão de fazer os fios caóticos com um sorriso no rosto, lembrando-se de como as ondas sutis estavam sempre bem arrumadas. Em seguida, estava nas sobrancelhas, passando rapidamente a caneta para que pudesse dar-lhes a textura que queria, deixando-as ligeiramente franzidas.

Depois foi a vez da sua boca, deixando os seus dentes ligeiramente expostos, e depois o seu nariz, os olhos que agora fechados pareciam não querer desvendá-lo. Como ainda restava espaço, desenhou um pouco do travesseiro, da mão próxima ao seu rosto, os ombros e um pouco dos braços fortes.

— Já terminou? — A sua voz rouca lhe chamou a atenção, fazendo-o quase jogar o bloco de notas no seu rosto.

— Há quanto tempo está acordado?! — Gritou, furioso por ter fingido estar dormindo, seguidamente virando-se para a mesa de cabeceira, na intenção de guardar tudo antes que ele visse.

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora