Mᴏʀᴛᴇ

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❝O dia continuou, assim como em todos os outros dias e as horas foram passando à medida que as sombras do céu escureciam. Mas meu coração ainda esperava por você. ❞

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 20

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Nova York, 13 de outubro de 2014.

Lin estava sentado no sofá da sala de estar da casa de Cheng, vendo-o preparar algo na cozinha, mas como não era um conceito aberto, ele não fazia ideia do que era. Ele estava animado por conta de uma festa que iria acontecer pela noite deste mesmo dia num canto isolado de Nova York, praticamente fora da cidade. Contudo, porque não estava muito interessado em festas e em qualquer coisa que tivesse alguém para além do seu irmão e Raihan, esqueceu-se de toda a informação de que tinha falado durante toda a semana.

— E então, o que vai fazer hoje à noite? — Então a figura do seu irmão fez-se presente na sala, lhe entregando uma xícara de chá. — Se enrolar nas cobertas enquanto dorme assistindo algum filme de comédia romântica?

— Ei! O que você pensa que eu sou? — Riu, fitando-o diretamente por um momento. — É, provavelmente. — Deu de ombros.

— Você deveria ir à festa, não vai tirar pedaço. — Ele sentou-se ao seu lado, colocando os pés em cima do estofado e abaixando o volume da televisão por um momento. — Deveria aproveitar a fase dos vinte e poucos antes que acabe.

— Você também está na ''fase dos vinte e poucos''. — Grunhiu, cruzando os braços.

— Eu sei, mas eu estou aproveitando. — Respirou fundo. — Sei lá, tentar perder esse medo por multidões. Nada que um pouco de cachaça não resolva, Lin. Vamos lá! — Riu, segurando-o pelos ombros. — Você deveria tirar um pouco a cara das pinturas e se divertir um pouco. Se descobrir... — Arqueou uma das sobrancelhas, vendo a sua expressão continuar a mesma. — Olha, vamos fazer um combinado, que tal?

— Hm? Que combinado?

— Você vai, e assim que você estiver se sentindo mal ou algo do tipo, eu te trago de volta para casa. — Sorriu, estendendo a mão. — Mas... Se você, por acaso, se divertir, pode ficar até o momento que eu for embora. Que tal?

— Quem vai estar nessa festa?

— Eu sei lá. — Deu de ombros. — Tudo que é tipo de gente, Lin. Mas os meus amigos vão estar lá, sabe que eles...

— Eles não gostam de mim. — Levantou-se. — Nunca gostaram. Apenas fingiam que gostavam porque você sempre estava por perto. — Cheng respirou fundo. — Mas... Tudo bem, eu vou. Mas não prometo que vou me divertir, eu vou tentar. Se eu não estiver gostando, eu espero que entenda.

— Quando eu não entendi algo? — Sorriu-lhe, vendo-o estático por um momento, e então dar de ombros. — Exatamente. Ótimo, consegui te tirar de casa! — Levantou-se, bagunçando os cabelos de Lin, que riu. — O mundo vai acabar, meu Deus!

— Vai se foder. — Disse, ainda rindo.

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Eram cerca das oito da noite quando Cheng apertou a campainha no apartamento de Lin. O homem respirou fundo antes de atender, reparando no olhar confuso do seu irmão para as suas roupas. Nem precisou perguntar o que não estava de acordo, já que o mesmo logo adentrou o lugar e foi diretamente para o seu quarto.

Quando as Luzes se ApagamOnde histórias criam vida. Descubra agora