46 - Escuridão Escarlate

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- Mark on-

Eu ainda podia sentir o terror atravessar o meu corpo, a ideia de que a espada foi inofensiva para aquele monstro estava me deixando perplexo. Simplesmente não aconteceu nada, e agora pior do que esfaquear a coisa com a espada da morte e ele não ter morrido era ver ela. Naquele estado tão feroz, o tormento que eu mais temia me assolou e me deu náuseas.
- Alícia! - O nome saiu da minha boca antes mesmo que eu tivesse controle. Eu não estava mais sentindo a nossa conexão, não sentia mais suas dores e nem mesmo os seus sentimentos. Era como se ela estivesse mor...
A bile veio com tudo como se eu tivesse levado um soco no estômago. Vomitei, nauseado jogando tudo pra fora antes de criar forças pra me levantar completamente do chão. A Mallya, mesmo parecendo completamente aturdida pela situação foi até a Alícia, o mais perto que pode chegar dela sem correr o risco iminente de se queimar. E quando acabei passei as costas da mão direita na boca, limpando os restos do vômito.
A Alícia morta...
Me repreendi antes mesmo de dar continuidade nesse pensamento e então me recobrei de que ela estava na minha frente, repleta de chamas ao redor de seu corpo. Ela era uma tocha acesa no meio da rua. Soltando faíscas pra todos os lados, mas ainda estava viva. Muito viva e pegando fogo, literalmente!
- O que a gente faz? Joga água nela? - GD gritou pondo as mãos ao redor da cabeça tão espantado quanto a Mallya. Porém percebi que a Mallya já estava fazendo alguma coisa. Ela tinha ligado pra alguém, mas quem?
- Água não vai adiantar! - Gritei de volta pra GD, angustiado e perturbado por não estar sentindo nada de que a Alicia estava sentindo. Eu precisava sentir, precisava saber o que ela estava passando. Não podia deixar ela se matar. Era isso que aconteceria se ela não conseguisse se acalmar. E o pior disso tudo é que ela levaria eu junto se morresse. Eu tinha que impedir.

- Alícia on-

- Não! Não! Não! Não!!! - Comecei a gritar repetidamente. Quanto mais eu chaqualhava as mãos, mais faíscas e chamas incendiavam meus dedos. Estava se espalhando, ficando cada vez mais intenso e maior.
Meu coração parecia que ia explodir de tanto que batia. Eu podia sentir ele pulsando mais rápido nos meus ouvidos, o sangue se percorrendo as veias como se tivesse fogo escorrendo pela minha circulação. Eu não era mais eu. Tinha alguma coisa dentro de mim, muito maior do que aquele lobo, maior do que qualquer coisa. E eu podia sentir que estava a ponto de se libertar.
Abaixei a cabeça pondo as mãos em chamas nos cabelos, puxando os fios como uma louca, estavam na minha cabeça, todo aquele fogo ardia meus olhos e ao redor da minha cabeça. Ardendo como se estivesse rasgando cada parte de mim pra sair pra fora. Da cabeça, desci as mãos direto pro chão, podia sentir o sangue e fogo se espalhando, indo pra rua, me cercando como se fosse um anel de fogo. Estava ficando mais intenso. Muito mais difícil de controlar, se é que eu tive algum controle desde o começo dessa coisa.
- Alícia! - Escutei a voz de Mark, - Você precisa me ouvir! Esse fogo não é real Alícia, é projeção da sua mente, você está fazendo isso, é tudo criado Alícia! - Ele berrava, mas eu não estava conseguindo prestar tanta atenção. Estava ouvindo só a crepitação de madeira velha estalando e cedendo. Como se fosse uma casa velha caindo aos pedaços. Incendiando.
- É tudo raiva Alícia! Controle a sua raiva que o fogo vai parar! Controle a sua raiva!!! - Mark continuava q berrar, mas o som da casa queimando estava ainda mais alto. Eu podia sentir o fogo consumindo a madeira, se alimentando. Eu ia demolir ela inteira, até as cinzas.

- Junk Kook-

- Meu Santo Kook! - Taehyung exasperou pondo as mãos nos joelhos fadigado pela correria sagaz que tínhamos feito até aqui. Pouco a nossa frente Mallya, GDragon e Mark gritavam ao redor da Alicia, como se estivessem tentando inutilmente conversar com ela, talvez a acalmar, estava óbvio que nenhum dos três estava obtendo sucesso. E um pouco atrás deles, quase se desintegrando estava o que tinha sobrado de um grande sobrado se banhando em chamas. O fogo violento e furioso estava se apoderando da casa, gritos davam pra se ouvir de lá de dentro, gritos de gente, seres humanos que não tinham culpa do que estava acontecendo, mas que estavam sendo afetados simplesmente por estarem no caminho dela...
- Temos que parar a Alícia. - Falei pensativo, olhando para V e Jimin que me encaravam confusos.
- E como você acha que vamos fazer isso gênio? Se foi o único que não percebeu ela tá fazendo churrasco dos que entraram no caminho dela?!! - Taehyung atenuou atormentado e eu apontei para a casa.
- Jimin vai até lá e tire quem estiver ali dentro, eu vou acalmar ela. - Falei estalando os dedos das duas mãos umas na outra e então me voltei para alícia, caminhando em sua direção. Era agora ou nunca.

PRISON IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora